Os três estabelecimentos de ensino do Agrupamento de Escolas Bairro Padre Cruz, em Lisboa, estão esta sexta-feira encerrados devido à greve dos trabalhadores não docentes, que reivindicam um reforço de funcionários, disse à Lusa uma fonte sindical.

Os trabalhadores não docentes estão concentrados desde as 08h00 junto à Escola Básica 2,3 Bairro Padre Cruz para pedir melhores condições e um reforço de pessoal.

Em declarações à agência Lusa, Francelina Pereira, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, disse que o problema das escolas deste agrupamento é transversal à grande maioria dos estabelecimentos do país: a crónica falta de pessoal.

Este agrupamento é composto por uma escola básica, uma de primeiro ciclo e um jardim de infância. Tem 627 alunos e é uma escola com programa de intervenção prioritária com as suas características inseridas num bairro problemático, o Bairro Padre Cruz”.

De acordo com Francelina Pereira, no Jardim de Infância há 17 alunos com oito assistentes operacionais, no 1.º ciclo 230 alunos em 14 salas com seis assistentes operacionais e na Escola Básica 380 alunos em 35 salas e com 10 assistentes, sendo que destes últimos um está de baixa prolongada, dois de licença de maternidade e três em confinamento profilático.

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Nenhum trabalhador ausente foi ainda substituído. Esta situação põe a nu todas as deficiências que há recorrentes da já crónica falta de pessoal não docente e do ano atípico que estamos a viver por causa da Covid-19″.

Francelina Pereira destacou também a urgência em integrar dois trabalhadores do PREVPAP (Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública), num processo que se arrasta há anos, bem como contabilizar tempos de serviço em situação precária.

Apelamos à tutela que tenha atenção ao que se passa nesta escola. Não é a primeira vez que aqui estamos, que os trabalhadores se juntam para lutar por uma escola digna, segura e de qualidade”.

No entendimento do sindicato, é “tempo de o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa [quem gere atualmente os trabalhadores não docentes] assumirem a necessidade de um reforço de pessoal, com trabalhadores “com contrato digno e não a recibo verde como tem sido feito em muitas escolas da cidade de Lisboa”.

Francelina Pereira considerou ainda que deve existir uma atenção redobrada das entidades competentes para o facto de o Agrupamento do Bairro Padre Cruz ser uma escola TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária).