O processo principal do BES continua com mais recuos do que avanços, com as defesas dos arguidos a tentarem ganhar tempo até a abertura de instrução. Mais de quatro meses e meio depois de ser deduzida a acusação ainda nem todos os arguidos foram notificados — a tradução do texto para a justiça suíça derrapou — e os que já foram continuam a lutar pela dilatação de prazos para exercer a sua defesa, prazos esses que só começarão a contar após a última notificação. Depois das recusas de Carlos Alexandre, agora será a Relação a tomar uma decisão.
Ricardo Salgado apresentou nas últimas semanas uma reclamação, que entretanto já subiu à Relação de Lisboa, na qual se queixa de que o juiz de instrução não aceitou um recurso seu. Esse recurso era já uma contestação a um despacho de Carlos Alexandre, no qual o juiz dava conta de que o prazo legal para a abertura de instrução seria o que está na lei, ou seja, 30 dias mais 20 dias, após o último arguido ser notificado. Por ser o que determina a lei, o juiz não aceitou a subida do recurso do ex-presidente do BES — e considerou que incidia sobre uma matéria irrecorrível.
Mas Salgado quer muito mais do que 50 dias, mesmo ainda não sabendo quando é que a justiça consegue notificar o último arguido. Tudo começou, porque, após a acusação, em julho, o antigo presidente do BES pediu que lhe fosse dado pelo menos um ano e dois meses para apresentar o requerimento de abertura de instrução (a fase facultativa em que se decide se o caso deve ou não seguir para julgamento), como noticiou no último mês o Observador.
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