As baterias sólidas são a inovação tecnológica de que os automóveis eléctricos necessitam para se tornarem uma alternativa ainda mais credível aos veículos convencionais, com motores de combustão. Sabe-se como estas baterias em que o electrólito é sólido, e não líquido, funcionam, bem como as vantagens que oferecem, que vão desde uma maior densidade energética (que permitirá maior autonomia) a menores custos de produção, além de possuírem uma capacidade de recarregar mais rapidamente e revelarem um menor risco de incêndio. Porém, por dificuldades várias, ainda ninguém as conseguiu fabricar em condições normais.

Uma das empresas que há anos afirma estar mais avançada neste domínio é a QuantumScape, que esta semana voltou a confirmar que a tecnologia que tem vindo a desenvolver continua a progredir a bom ritmo, o que a leva a esperar que, em 2024 ou 2025, esteja em condições de lançar no mercado as suas baterias sólidas. E não faltam os crentes nesta empresa e no seu CEO Jagdeep Singh, entre quais surgem Bill Gates e a Volkswagen, que investiu cerca de 300 milhões na companhia norte-americana.

Surpresa! Volkswagen com baterias sólidas em 2024

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Esta confiança demonstrada pelo construtor alemão na QuantumScape, quando esta ainda dava os primeiros passos, garante-lhe estar entre os primeiros a ter acesso às inovadoras baterias. Mas não será o único, uma vez que Jagdeep Singh aponta para uma produção anual de 20 GWh de acumuladores.

De acordo com a apresentação da QuantumScape, que pode ver neste vídeo, as suas baterias sólidas de 2025 poderão carregar de 0 a 80% em apenas 15 minutos, o que pode ser bom ou menos bom consoante a capacidade da bateria, além de serem capazes de manter 80% da capacidade ao fim de 800 ciclos. Também neste ponto urge conhecer a capacidade do acumulador que serviu de base para o estudo, que aparenta garantir 480 km de autonomia média. Contudo, face ao prometido, perder 20% de autonomia em 380 mil km – valor que pode baixar para cerca de 280 mil caso se considere a autonomia real e não a anunciada em WLTP, ou em EPA –, parece ficar um pouco abaixo das expectativas.

Em relação à ao incremento de densidade energética, a Quantum aponta para 400 Wh/kg, contra os 260 Wh das células 2170 da Tesla, tidas como a actual referência do mercado, ou os 300 Wh das 4680 (a marca reivindica “mais de 300”), já apresentadas e que começarão a ser utilizadas em 2021. Também aqui era de esperar um avanço superior com a introdução das baterias sólidas, mas um ganho de 60% em relação às 2170 e 33% de melhoria em relação ao anunciado para as 4680 não é um valor que se possa desprezar.

Além dos benefícios anunciados, falta conhecer as vantagens em termos de custos, o que pode finalmente permitir às baterias deixar de serem as “peças” mais caras de um automóvel eléctrico, bem como a redução dos riscos de incêndio. Estes ficam sobretudo a dever-se a fugas de electrólito que, como passa a ser sólido, evita este problema.