Esteve muito perto em 2015. Na altura, o Sporting de Jorge Jesus perdeu a possibilidade de acabar o ano na liderança ao perder com o União da Madeira, à 14.ª jornada, e cair para o segundo lugar depois de seis semanas seguidas no topo da classificação. Dois anos antes, em 2013, tinha ficado ainda mais perto. Um empate em Alvalade, contra o Nacional, deixou os leões de Leonardo Jardim com 33 pontos, os mesmos que o Benfica, no final do ano. Esta época, mesmo tirado a ferros, acabou por ser de vez.

Um café fraquinho que só mexeu à lei da Palhinha (a crónica do Sporting-Farense)

A vitória do Sporting frente ao Farense, este sábado, significa que a equipa de Rúben Amorim vai passar o Natal na liderança isolada da Primeira Liga — na pior das hipóteses, com mais dois pontos do que o Benfica; na melhor das hipóteses, caso os encarnados percam pontos este domingo com o Gil Vicente, com mais quatro ou cinco pontos do que o Benfica. Ora, para os leões, uma Consoada na liderança isolada da classificação não acontecia há 19 anos: desde Bölöni, desde Jardel, JVP e Sá Pinto, desde 2001/02. Uma época que, como se sabe, foi também a última em que o Sporting acabou por ser campeão nacional no final de todas as jornadas.

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Ora, a vitória confirmou ainda o registo goleador do Sporting, que marcou em todos os jogos desta temporada — ainda que, desta vez, os leões tenham feito apenas um golo, sendo que tinham marcado pelo menos dois em todas as partidas desde o início da época. Além disso, esta equipa de Rúben Amorim igualou ainda os registos de Jorge Jesus, em 2015/16 e 2017/18, alcançando também a melhor pontuação do Sporting à 10.ª jornada desde que a vitória vale três pontos.

Na flash interview, Luís Neto foi o representante da equipa leonina e garantiu que o Sporting sabia aquilo que o Farense “já tinha feito com outras equipas no Campeonato”. “Tem uma equipa muito organizada e um bom plano de jogo. Sabíamos que se não conseguíssemos fazer um golo na primeira parte, na segunda iriam estar remetidos atrás e a tentar o contra-ataque, mas não conseguiram rematar uma vez à baliza. Conseguimos fazer o golo, acreditámos até ao final. Esta equipa tem uma crença muito grande, é uma família. Creio que a vitória é inteiramente justa”, disse o central português, que comentou depois o facto de os leões serem líderes no Natal.

“Para nós é importante estarmos em primeiro, como consequência da atitude e do trabalho desde que começámos. Pelo simbolismo do Natal não queremos ir muito, pois ninguém é nada à 10.ª jornada. A equipa está focada, muito bem preparada, sabemos que cada jogo será uma batalha, como hoje ficou demonstrado, esperamos que consigamos manter o nível”, explicou Neto.

Já Rúben Amorim, que cumpriu o terceiro e último jogo de castigo e voltou a ver a partida desde a bancada, explicou que o futuro desta equipa do Sporting “depende de muita coisa”. “Temos de nos focar no nosso trabalho. O futebol é o momento. Hoje não foi o melhor dos nossos dias. Tivemos outras coisas, mas não qualidade de jogo. Com esforço temos de levar de vencidas todas as equipas”, disse o treinador leonino, que defendeu que os jogadores que entraram na partida “deram um toque diferente e mexeram com o jogo” mas reconheceu que faltou “inspiração”. Sobre o lance polémico entre Defendi e Feddal que acabou por originar o penálti decisivo de Sporar, Amorim não teve grandes comentários.

“Ainda não vi o lance, mas vi o Feddal a meter gelo na cabeça. Primeiro até pensava que seria penálti sobre o Coates. Se se escreveu direito por linhas tortas? Já comentei o lance como o vi e os especialistas estão aí para fazerem o seu trabalho. Este jogo foi o que foi. O Farense teve um bloco baixo e criou dificuldades. Quando falta inspiração e o tempo passa… Começa a ser complicado”, acrescentou Amorim.