When you walk through a storm
Hold your head up high
And don’t be afraid of the dark

At the end of a storm
There’s a golden sky
And the sweet silver song of a lark

Walk on through the wind
Walk on through the rain
Though your dreams be tossed and blown

Walk on, walk on
With hope in your heart
And you’ll never walk alone

You’ll never walk alone

Walk on, walk on
With hope in your heart
And you’ll never walk alone

You’ll never walk alone

Morreu Gerry Marsden, autor do hino “You’ll Never Walk Alone”

Assim, sem música de fundo e uma ou várias vozes a cantar, a música até pode passar ao lado numa visão mais imediata. Associada ao Liverpool, a Anfield e àquela bancada mítica que assusta todos os adversários só por existir, tudo muda. E era por ela que o campeão inglês, que como reza a letra andou entre tempestades sem medo do escuro e de perder a capacidade de sonhar até voltar a fazer a festa na principal prova nacional três décadas depois, jogaria mesmo fora do seu estádio, em homenagem a Gerry Marsden, que morreu este domingo aos 78 anos.

Scouser e adepto do clube toda a vida, Marsden foi o principal cantor da banda de Merseybeat Gerry and the Pacemakers, cuja versão de ‘You’ll Never Walk Alone” foi adotada pelo Kop em 1963. Foi a sua terceira canção que chegou ao topo, uma reedição do clássico de Rodgers e Hammerstein. Tornou-se famosa em todo o mundo como hino do Liverpool e é tocada momentos antes do apito inicial de todos os jogos do Liverpool em Anfield. Cantada em tempos de celebração ou de comiseração, a interpretação de Gerry de ‘You’ll Never Walk Alone’ ficará para sempre ligada ao clube que amava”, destacou o clube em comunicado, a propósito do cantor da segunda banda mais conhecida da cidade e a chegar aos tops americanos depois dos míticos Beatles.

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O Liverpool já tinha dedicatória preparada em caso de vitória frente ao Southampton, sobretudo numa época que está a ser particularmente complicada para os fãs do clube, ainda que alguns já tinham começado a voltar, num número muito restrito, às bancadas de Anfield. No entanto, confirmando a campanha irregular e quase atípica na condição de visitante, os reds perderam pela segunda vez na Premier League e levam apenas duas vitórias e cinco empates em nove encontros disputados fora, podendo ser ultrapassados pelo Manchester United, com os mesmos 33 pontos e um jogos em atraso com o Burnley, antes de receberem os red devils no dia 17.

Depois de várias experiências no eixo recuado feitas nos dois empates diante de WBA e Newcastle, Jürgen Klopp tinha uma última cartada reservada para o encontro frente ao Southampton: deixando os jovens Rhys Williams e Nathaniel Philips no banco, recuou o capitão Jordan Henderson para central ao lado de Fabinho (também ele uma adaptação), deu a titularidade a Thiago Alcântara e manteve o trio ofensivo da ordem. Ou seja, e olhando apenas para as posições que costumam ocupar, o germânico colocou à frente de Alisson dois laterais muito ofensivos, quatro médios de posse e/ou box to box, um médio de características mais atacantes (Oxlade-Chamberlain) e três avançados. Defesas puros para as vagas dos lesionados Van Dijk, Joe Gomez e Matip, nem um. E essa falta de rotinas foi exposta em dois minutos, com Danny Ings a ganhar as costas e a fazer um grande golo a abrir.

O encontro ainda mal tinha começado e o Liverpool, que defrontava uma equipa revelação da Premier League mas que nos últimos quatro jogos somara três empates e uma derrota, já perdia. E os minutos seguintes também não melhoraram a situação, entre muitos passes falhados (até de Thiago Alcântara, um dos médios europeus com uma percentagem mais alta na eficácia de passe) que quebraram após uma tentativa falhada de Firmino. O aviso estava feito, Henderson e Wijnaldum fizeram o mesmo, mas nunca Fraser Forster (titular pela primeira vez esta época após o teste positivo de Covid-10 de Alex McCarthy) teve a sua baliza realmente ameaçada entre algumas saídas do Southampton onde falhou apenas o último passe. E até foi Nathan Tella, que entrou para substituir o lesionado Moussa Djenepo, a ter o remate com mais perigo até ao intervalo, a rasar o poste da baliza de Alisson (40′).

No segundo tempo, que começou com o Liverpool a esmagar o Southampton mas sem resultados práticos (90% de posse nos dez minutos iniciais, percentagem que baixou mas não muito a partir daí), Klopp ainda lançou em campo Shaquiri no lugar de Oxalade-Chamberlain mas as muitas aproximações e chegadas ao último terço num jogo que se tornou de sentido único terminaram com poucas oportunidades e nenhum remate para golo entre tentativas de Firmino, Mané e Alexander-Arnold. Minamino e Origi não chegaram a ser opção mas, mais uma vez, Diogo Jota voltou a fazer falta pelos movimentos e características diferentes que tem para atuar na frente, mais descaído como falsa ala ou mais no centro. E desde que o português se lesionou o Liverpool ganhou apenas metade dos 18 pontos disputados, não marcando há 258 minutos e levando três encontros sem ganhar na Premier League.