A quarta noite de protestos em algumas cidades contra o confinamento geral nos Países Baixos ficou marcada por uma explosão nos subúrbios de Amesterdão. De acordo com o Express, as imagens divulgadas na rede social Twitter mostram um dispositivo incendiário a explodir ao lado de uma carrinha e a espalhar chamas pela estrada.

As imagens mostram as pessoas que gravaram o incidente a assustarem-se com a explosão, que não terá causado vítimas mortais nem feridos.

Segundo o balanço oficial comunicado esta manhã, a polícia holandesa deteve 131 pessoas na noite de terça-feira em diferentes pontos da Holanda, mas que a situação se encontra “controlada”.

Já em Roterdão, o presidente da Câmara, Ahmed Aboutaleb, emitiu um decreto de emergência no qual dá mais poder às autoridades locais para deter manifestantes e parar os protestos, segundo o The Guardian.

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Essas pessoas [manifestantes] são ladrões sem vergonha, não posso dizer de outra forma. Tive que ameaçá-los com o uso de gás lacrimogéneo. Acho isso triste, porque nunca tive que fazer isso em toda a minha carreira”, afirmou Ahmed Aboutaleb.

Apesar de Roterdão ter sido um dos locais mais violentos em todo o país, com 81 pessoas detidas desde terça-feira, também em Amesterdão, Zwolle, Alkmaar, Hoorn, Gouda várias pessoas mostraram o seu desagrado em relação às medidas do governo holandês. Em Haarlem, no norte dos Países Baixos, os agentes da polícia foram atacados com pedras quando confrontaram manifestantes locais.

De acordo com o jornal britânico, as autoridades afirmaram que os manifestantes eram, na sua maioria adolescentes, e que organizaram os protestos através das redes sociais.

Na cidade de Den Bosch, o protesto começou às 21h00 de segunda-feira (20h00 em Lisboa), hora do recolher obrigatório, quando dezenas de pessoas organizaram encontros através das redes sociais, incluindo para enfrentar a polícia com engenhos de fogo-de-artifício.

Durante os distúrbios registaram-se vários atos de vandalismo e dois estabelecimentos comerciais foram saqueados. Vários automóveis foram incendiados pelos manifestantes, na mesma cidade.

É inaudito o que aconteceu esta noite. Esta gente não se preocupa nem com o medo nem com as preocupações, nem com os estragos nem com a vergonha que provocam aos habitantes da cidade. Estes malfeitores fizeram mal a outras pessoas. Não entendemos este comportamento”, disse Jack Mikker, presidente da autarquia de Den Bosch.

Segundo o presidente da Câmara Municipal, as forças de intervenção da polícia demoraram muito tempo a chegar à zona dos protestos o que “permitiu aos jovens deixarem um rasto de destruição inimaginável”.

Na zona sul da cidade de Roterdão “um grupo de 200 agitadores” envolveu-se em confrontos com a polícia lançando pedras, saqueando lojas e destruindo as janelas das casas por onde passavam. Em Roterdão, segundo as autoridades, um grupo de jovens tentou incendiar um posto da polícia.

As autoridades utilizaram canhões de água para dispersar o grupo de atacantes e fizeram, pelo menos, um disparo para o ar com uma arma de fogo numa altura em que ficaram cercados pelos “agitadores”.

Também o primeiro-ministro, Mark Rutte, condenou a extrema violência das manifestações nas quais vários polícias foram atacados e carros incendiados.

O que motivou essas pessoas não tem nada a ver com protesto. Isto é violência criminosa”, disse Mark Rutte.

Entre sábado e domingo mais de 300 pessoas foram detidas por atirar pedras e incendiar um centro de testagem à Covid-19. Também 5.700 multas foram passadas a manifestantes que não cumpriram a quarentena obrigatória.

Protestos também afetam a Dinamarca

A capital dinamarquesa, Copenhaga, também sido bastante afetada por manifestações contra as restrições impostas pelo governo para travar a pandemia de Covid-19.

O protesto, organizado por um grupo radical, gerou vários durante as últimas noites. Pelo menos cinco pessoas foram detidas e dezenas de multas foram aplicadas a quem violou o confinamento obrigatório.

Um dos acontecimentos mais marcantes durante as manifestações foi o incendêncio de um manequim com a imagem do rosto da primeira-ministra, Mette Frederiksen.

Centenas de pessoas caminharam pelas ruas da capital e entoaram cânticos onde se ouvia “liberdade para a Dinamarca, já chega”.