Vieira da Silva, ex-ministro da Economia, do Trabalho e Segurança Social, está convicto de que quem tiver a tentação de provocar uma crise política no contexto que o país atravessa “pagará um preço muito caro”.

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, o agora conselheiro da Comissão Europeia para o Emprego e Assuntos Sociais parte do exemplo italiano, que recentemente deu posse a Mario Draghi como primeiro-ministro italiano, para explicar como, no seu entender, soluções desse género seria irrepetíveis em Portugal.

“Estou profundamente convicto que seria muito mau qualquer solução, não digo a italiana, que a Itália é uma situação diferente, mas à italiana. A solução de governos técnicos e que fogem a lógica partidária não é, normalmente, uma boa solução. Já tivemos algumas experiências em Portugal. Há algumas décadas. Não correram particularmente bem. Uma delas nem sequer passou no Parlamento. Creio que é altura para todos terem a consciência de que uma crise política não é vantajosa”, disse.

O pós-pandemia, do ponto de vista decisões que temos de tomar e da mobilização que o país tem que fazer, é menos dramático. Esperemos que seja menos dramático, do ponto de vista das vidas humanas e da situação do Sistema de Saúde. Mas não é menos exigente do ponto de vista dos recursos que têm de ser mobilizados. Quem tiver a responsabilidade de uma crise política pagará um preço muito caro por isso. É a minha convicção.”

Sobre o futuro do PS, e à boleia da discussão interna protagonizada por Pedro Nuno Santos sobre o apoio tácito do partido a Marcelo Rebelo de Sousa, Vieira da Silva garante que o tema está ultrapassado e deixa uma declaração de apoio incondicional a António Costa.

“Para mim o mais importante é aquilo que ouvi, já há uns tempos. E não ouvi desmentir, ou pôr em causa, por parte do António Costa que disse, claramente, que não está a pensar reformar-se. Ou seja, não está a pensar seguir o meu exemplo.”

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