Num formato original, que tem tanto de podcast como de painel de discussão numa conferência, o Clubhouse é a rede social do momento, pensada exclusivamente para o áudio. Para já só está disponível para iOS e para se entrar é necessário convite. Mas afinal em que consiste esta aplicação e como funciona?

É muito simples, no Clubhouse não há fotografias (a não ser a de perfil), nem vídeo, nem texto. A comunicação é toda feita em áudio ao vivo, não havendo sequer a possibilidade de enviar mensagens a outros utilizadores. Uma vez criada uma conta, pode acumular seguidores e pode seguir outras pessoas, bem como aderir a salas de conversação e ser notificado do início de conversas que lhe interessem.

Para participar ativamente numa destas conversas é necessário que um dos moderadores o autorize a intervir ou pode entrar apenas para ouvir. Tem ainda a possibilidade de criar a sua própria sala, que pode ser pública a todos, para pessoas que segue ou privada para pessoas que convidar.

Neste momento, a aplicação só está disponível na App Store, o que significa que precisa de ter um iPhone para a descarregar, apesar de a empresa já ter anunciado em janeiro que prevê lançar uma versão para Android. Além disso, para a poder usar precisa de receber um convite de um dos seus contactos já registados na rede social.

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Embora ainda mantenha um conceito elitista, o certo é que este clube tem vindo a crescer em Portugal e no mundo. Foi criado em abril de 2020 e até janeiro deste ano contava apenas com 600 mil utilizadores, que rapidamente passaram a seis milhões no espaço de um mês. Nos últimos três dias esta é a terceira app mais popular na App Store em Portugal.

Um mês depois do lançamento do Clubhouse, em maio de 2020, o serviço valia 100 milhões de dólares (cerca de 82 milhões de euros), mas agora já vale mais de mil milhões de dólares (mais de 820 milhões de euros), contando com dois grandes investidores de Silicon Valey, Marc Andreessen e Ben Horowitz.

Para o aparente sucesso têm contribuído as presenças da apresentadora Oprah Winfrey, do humorista Chris Rock e do CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave. Por lá também já passaram algumas caras rivais como Jack Dorsey (CEO do Twitter) e Mark Zuckerberg (CEO do Facebook). Mas a popularidade da plataforma disparou na semana passada, durante uma conversa na qual Elon Musk falou sobre colonizar Marte, viagens espaciais, inteligência artificial e até sobre vacinas contra a Covid-19. A esta sessão juntou-se também Vlad Tenev, um dos fundadores da aplicação Robinhood, implicada na polémica em torno das ações da GameStop.

Apesar do interesse crescente que tem acumulado, a plataforma não está livre de críticas. Na semana passada, o debate sobre a privacidade e a proteção de dados veio à tona, com o Stanford Internet Observatory a reportar falhas de segurança que deixaram os dados dos utilizadores à mercê do governo chinês. É certo que o Clubhouse está bloqueado na China, mas podem ainda existir utilizadores chineses com acesso à app para recolha de informações.

A pensar nessa hipótese, os responsáveis da rede social decidiram apertar as suas políticas de segurança contra possíveis atos de espionagem da China, nomeadamente através do bloqueio de qualquer ligação que seja feita a partir de servidores nesse território.