Djokovic venceu o Open da Austrália, superou-se depois de uma lesão ter dificultado particularmente um dos jogos e acabou por ficar a dois Grand Slams do recorde de Nadal e Federer, colocando-se na linha de partida para se tornar o tenista com mais majors de sempre, pelo simples facto de ser mais novo do que o espanhol e o suíço. Tudo isto depois de três semanas de confinamento, antes do início da competição, em que foi criticado por colegas de profissão e pela opinião pública.

“Emocionalmente, este foi dos um dos torneios mais difíceis, para ser honesto, com a quarentena e muitas coisas a acontecerem na comunicação social”, começou por dizer o tenista sérvio na primeira entrevista depois da final contra Medvedev, acabando por abordar a carta que enviou à organização do Open, a exigir melhores condições para os 72 atletas que estavam sob medidas mais rígidas de confinamento. “A carta que escrevi tinha ideias e recomendações que recebi dos jogadores e foi mal interpretada como um pedido meu e uma lista de exigências. E quando dou por isso sou persona non grata neste país”, explicou, acrescentando a ideia de que as últimas semanas foram uma “montanha-russa” que só tornou a vitória “ainda mais doce”.

Este país ainda é para o “velho”: Djokovic faz história com nono título no Open da Austrália e fica a dois Grand Slams de Federer e Nadal

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Djokovic não ficou por aí, na resposta às críticas que recebeu na antecâmara do Grand Slam, e defendeu terem sido “injustos” os comentários que recebeu de “pessoas que criticam e julgam sem verificar as coisas primeiro”. “Mas não é a primeira vez. Já aconteceu tantas vezes na minha vida, na minha carreira. E provavelmente não vai ser a última vez. Claro que magoa. Sou um ser humano tal como toda a gente. Tenho emoções. Não gosto de quando alguém me ataca abertamente na comunicação social. Não posso dizer que não me importo. Claro que me importo, sendo muito honesto. Mas não permito que afete a minha performance. De certa forma, conquistar o troféu foi a minha resposta. Acho que desenvolvi uma pele rija ao longo dos anos que acaba por afastar estas coisas e concentrar-se naquilo que importa mais”, garantiu.

O tenista de 33 anos abordou ainda a rotura abdominal que o fez terminar o encontro com Taylor Fritz, na terceira ronda, em claras dificuldades. “Foi uma rotura muscular. Naquele momento, fiz uma rotura muscular. Acho que nunca tinha sentido aquele tipo de dor. Fiz uma ressonância magnética e a ressonância magnética mostrou uma rotura. As pessoas até isso questionaram”, revelou Djokovic. Já esta segunda-feira, o sérvio anunciou que a lesão está agora agravada e que vai ter de fazer uma pausa na competição. “Não é tão mau assim, a julgar pelo que disse o médico, mas vou precisar de parar algum tempo para recuperar. A rotura está maior, é de 2,5 centímetros e começou com 1,7 centímetros”, detalhou o atleta.

Três voos azarados, seis privilegiados e uma quarentena: arranca o Open da Austrália que anda a ser jogado fora de court há três semanas