A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os novos confinamentos na Europa e a subida do número de infeções a diminuir as esperanças de uma rápida recuperação económica internacional.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,94%, para os 32.423,15 pontos.

Mais forte foi o recuo do tecnológico Nasdaq, que caiu 1,12%, para as 13.227,70 unidades, ao passo que o alargado S&P500 desvalorizou 0,76%, para as 3.910,52.

Há exatamente um ano, o mercado bolsista estava em pleno o impacto da crise sanitária, com o alargado S&P500 a apresentar uma perda de 35% em relação ao máximo que tinha estabelecido um mês antes.

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Hoje, o vírus ganhou hoje destaque na praça nova-iorquina, com os investidores a receberem o anúncio da Alemanha de um novo confinamento prolongado por causa de uma propagação intensificada do novo coronavírus.

“Temos a impressão que as inquietações ligadas ao vírus, que tinham recuado nas últimas semanas, abafaram de novo o mercado e levaram alguns investidores a mostrar mais prudência”, estimou J. J. Kinahan, da TD Ameritrade.

“Esta semana começou com mais inquietações na Europa, onde o avanço da vacinação está com problemas e onde certos países, como a Alemanha, estão a fechar portas”, acrescentou.

Enquanto se aproxima o tempo das recomposições de carteiras de investimento, as obrigações do Tesouro atraíram os investidores, provocando a descida dos rendimentos, para 1,62%, no caso dos títulos a 10 anos, dos 1,69% da véspera.

Os investidores ouviram o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, que, durante uma audição no Congresso, insistiu na necessidade de continuar a apoiar a economia, que “está longe de estar completamente recuperada” da recessão provocada pela pandemia.

E, mais uma vez, voltou a minimizar os riscos de uma inflação fora de controlo, insistindo que a Reserva Federal dispõe de vários instrumentos para agir.

Ao mesmo tempo, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, também ouvida no Congresso, confirmou que o governo de Joe Biden tencionava aumentar os impostos sobre as empresas para financiar o plano de relançamento económico.

Durante a campanha eleitoral, Joe Biden propusera subir a taxa de imposto sobre as empresas de 21% para 28% e aumentar os impostos sobre os particulares que ganhem mais de 400 mil dólares (338 mil euros) por ano.

Na frente das ações, a Microsoft ganhou 0,67%, depois de a comunicação social avançar a possibilidade de adquirir a plataforma de mensagens Discord, por mais de 10 mil milhões de dólares.

O agravamento das perspetivas económicas conjunturais provocou quedas importantes em algumas das empresas mais afetadas, como a de cruzeiros Carnival (-7,82%) ou as transportadoras aéreas American Airlines e United Airlines, que recuaram cerca de sete por cento.