Uma caravana de resgate que saía da vila de Palma, norte de Moçambique, foi atacada no final da tarde de sexta-feira, e sete pessoas morreram e outras ficaram feridas, disse à Lusa fonte ligada à operação.

A caravana saiu do hotel Amarula, onde aguardavam transporte cerca de 200 pessoas que ali se refugiaram, incluindo trabalhadores de empresas ligadas aos projetos de gás, entre os quais expatriados de várias nacionalidades. Segundo a mesma fonte, aguardam-se detalhes sobre as vítimas e circunstâncias do ataque à caravana.

Desde quinta-feira que o hotel está a ser evacuado, com transferência para o recinto do projeto de gás na península de Afungi, a cerca de sete quilómetros, embora com muitas dificuldades, uma vez que rebeldes armados continuam na vila que invadiram na quarta-feira.

Um residente que, juntamente com outros, fugiu de Palma, disse na sexta-feira à Lusa que são visíveis corpos de adultos e crianças assassinados nas ruas da sede de distrito.

Segundo relatou, ele e outras pessoas foram avançando às escondidas, de rua em rua, evitando as zonas onde se ouvia tiroteio, para assim saírem do perímetro de Palma, chegando a Quitunda, aldeia construída de raiz junto ao recinto do projeto de gás, na quinta-feira à tarde.

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Um número incalculado de pessoas está desde quarta-feira a fugir para a península de Afungi, após o ataque a Palma que na sexta-feira entrou no terceiro dia de confrontos.

O ataque é o mais grave junto aos projetos de gás após três anos e meio de insurgência armada à qual a sede de distrito tinha até agora sido poupada.

A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes. Algumas das incursões foram reivindicadas pelo Estado Islâmico (EI) entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua a ser investigada.