Farense, Rio Ave, Belenenses SAD, Boavista, Sp. Braga e Marítimo. Há seis jornadas, desde o final de fevereiro, que o Benfica não sofre qualquer golo na Primeira Liga. Os seis jogos, que coincidem com as cinco vitórias consecutivas dos encarnados, são mesmo o melhor registo do clube neste particular desde 2014/15 — a última época da primeira passagem de Jorge Jesus pela Luz. Números que não deixam de justificar a aposta do treinador não só em Helton Leite, que ganhou o lugar a Vlachodimos, como em Lucas Veríssimo e Otamendi, que têm formado a dupla de centrais.

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Com a vitória desta segunda-feira na Luz contra o Marítimo, o Benfica segurou o terceiro lugar do Campeonato, com mais três pontos do que o Sp. Braga, e não deixou fugir o FC Porto, que permanece três pontos acima. A tal quinta vitória na Liga igualou o melhor registo da equipa esta temporada, nas primeiras cinco jornadas, e assegurou também o 250.º resultado positivo de Jesus no Benfica — o treinador chega ao número redondo ao fim de 364 jogos, o que significa que tem 69% de vitórias entre as duas passagens pelos encarnados.

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Ainda assim, o Benfica foi muito perdulário e desperdiçou seis oportunidades claras de golo, igualando o seu próprio pior registo da temporada e tornando-se a equipa da Primeira Liga com mais chances não concretizadas (53). E na flash interview, Jesus não fugiu ao assunto. “O que era mais importante era ganhar e foi conseguido. Também era importante não voltarmos a sofrer golos. Mas a equipa durante os 90 minutos pôs-se a jeito porque teve várias oportunidades para ampliar o resultado. Quando falo de oportunidades é com os dois avançados sozinhos de frente para o ‘keeper’. É preciso falar com os jogadores sobre estes momentos. É claro que com o facto de estar 1-0, o Marítimo acreditou que podia empatar e o Helton teve uma grande defesa. Não perdemos. Podes perder oportunidades de golos, mas não por três vezes com dois avançados para o ‘keeper’. Será certamente um dos momentos que iremos falar com os jogadores durante a semana, mas há que dar os parabéns aos jogadores pela vitória. Estivemos sempre com a corda na garganta porque com o resultado assim até ao final ficamos sempre assim. Mas pronto, voltamos a ganhar e a não sofrer golos”, explicou o treinador encarnado, que também justificou o regresso ao 4x4x2 depois de ter apresentado três centrais contra o Sp. Braga, na última jornada.

“Achei que não havia motivos táticos para ter três jogadores atrás, mas sim ter mais um jogador de características ofensivas porque o Marítimo também vinha a jogar com cinco defesas. No final foi preciso porque o Taarabt também já estava em dificuldades. O Chiquinho entrou e conseguiu ter uma grande oportunidade. Mas isso também é o papel do treinador, os jogadores jogam dentro de campo e o treinador de fora”, disse Jesus, que antecipou ainda o confronto do próximo fim de semana contra o P. Ferreira, uma das revelações da temporada. “Faltam nove jogos, todos eles vão ser difíceis. O próximo é difícil. É uma equipa que é forte a jogar em Paços. Vamos estudar a melhor forma de jogar lá. Hoje a equipa não esteve tão confiante como esteve nos últimos dois. A verdade é que criou muitas oportunidades. Não podes ficar chateado com os teus jogadores quando eles criam tantas oportunidades. Quando não se criam é que tens de ficar preocupado, mas neste caso não. Agora, não podemos falhar tantas oportunidades em frente ao ‘keeper’. [Os avançados] quando têm uma oportunidade para assistir os colegas esquecem-se de assistir, mas são todos assim”, concluiu.