A Agência Europeia do Medicamento (EMA) salientou esta quarta-feira que os riscos relacionados com a vacina contra a Covid-19 da Janssen superam os riscos, após casos de coágulos sanguíneos nos Estados Unidos, mas remeteu uma decisão para a próxima semana.

Enquanto a sua revisão está em curso, a EMA continua a considerar que os benefícios da vacina na prevenção da Covid-19 superam os riscos de efeitos secundários”, declara o regulador europeu em comunicado de imprensa divulgado esta quarta-feira.

Um dia depois do anúncio de suspensão na administração da vacina de dose única da Janssen, farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, nos Estados Unidos, após relatos de coágulos sanguíneos potencialmente associados à toma do fármaco, a agência europeia recorda que também está a analisar a situação desde sexta-feira, esperando “emitir uma recomendação na próxima semana”.

“Os pareceres científicos da agência fornecem aos Estados-membros da União Europeia a informação de que necessitam para tomar decisões sobre a utilização de vacinas nas suas campanhas nacionais de vacinação”, recorda ainda a EMA, falando sobre a vacina aprovada pelo regulador no passado dia 11 de março e que só chegou esta semana ao espaço comunitário.

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Na terça-feira, as autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendaram “uma pausa” na administração da vacina anti-Covid-19 da Janssen, para permitir investigar relatos de coágulos sanguíneos potencialmente associados à toma do fármaco.

O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças e a Food and Drug Administration (entidade reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) avançaram, numa declaração conjunta, estar a investigar coágulos sanguíneos detetados em seis mulheres nos dias a seguir a terem tomado a vacina desta farmacêutica, em combinação com contagens de plaquetas reduzidas.

A chegada a Portugal das primeiras 30 mil doses da vacina da Janssen estava prevista para esta quarta-feira, mas a Johnson & Johnson anunciou que iria atrasar o envio do fármaco para a Europa devido à suspensão preventiva nos Estados Unidos.

A campanha de vacinação da UE tem sido marcada por grandes atrasos na entrega de vacinas por parte da AstraZeneca e pelos efeitos secundários do seu fármaco, dada a confirmada ligação a casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, Vaxzevria (novo nome da vacina da AstraZeneca) e Janssen.

A Comissão Europeia anunciou a aquisição adicional de 50 milhões de doses de vacinas anti-Covid da BioNTech/Pfizer, elevando para 250 milhões o total para entrega neste segundo trimestre, após problemas com o fármaco da Janssen.

Também esta quarta-feira, o executivo comunitário divulgou que a União Europeia atingiu as 100 milhões de doses de vacinas administradas contra a Covid-19 pelos países europeus, num total de mais de 126 milhões de doses recebidas, equivalendo a 7,5% dos adultos europeus totalmente inoculados.