Boris Johnson anunciou a abertura de um inquérito, liderado pelo advogado Nigel Boardman, para investigar a  pressão exercida por David Cameron junto de membros do atual governo britânico em nome da empresa Greensill Capital. O ex-primeiro-ministro conservador trabalhava desde 2018 na empresa financeira que foi ao fundo em março deste ano. Cameron pretendia, assim, obter acesso a fundos de apoio destinados a combater a pandemia de Covid-19. O caso já foi batizado pela imprensa internacional, “Lobbygate”, e ameaça comprometer o Partido Conservador. Cameron não foi, no entanto, bem-sucedido no lóbi que exerceu.

Em 2016, depois de renunciar ao cargo de primeiro-ministro após a vitória do Brexit no referendo, David Cameron passou a ser assessor da firma financeira, tendo até direito a ações. Na nova função, e perante os problemas financeiros da Greensill Capital durante a pandemia, Cameron enviou várias mensagens de texto ao ministro das Finanças, Rishi Sunak, e fez ainda chamadas informais a outros altos funcionários do governo Conservador, tudo para que a firma pudesse ter acesso aos empréstimos concedidos no âmbito do combate à Covid-19.

O ex-primeiro-ministro falou pela primeira sobre o assunto no passado fim-de-semana, ao emitir um comunicado onde defende o seu envolvimento com Lex Greensill (fundador da sociedade financeira que chegou a ser seu conselheiro enquanto líder do Governo), e com a Greensill Capital. Cameron admitiu que deveria ter contactado o governo “apenas por meio dos canais mais formais” ao fazer lóbi por uma firma financeira, mas negou ter quebrado quaisquer códigos de conduta ou regras governamentais, esclarece a BBC. Cameron mostrou-se ainda disponível para responder a eventuais questões sobre o tema.

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