O candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, considerou este sábado que as suspeitas que recaem sobre o ex-vereador do urbanismo Manuel Salgado são, em última análise, da responsabilidade do atual presidente da autarquia, Fernando Medina, que também deve responder politicamente por elas.

Em entrevista ao jornal Público, Moedas diz mesmo que, se vier a ser eleito presidente da Câmara de Lisboa, “nunca terei a trabalhar em linha direta comigo um vereador que esteja sob suspeita de qualquer tipo de caso”.

“Não estou a falar de suspeita de não pagar uma multa ou de fazer um erro que qualquer cidadão pode fazer, mas sob suspeita de um crime, ter alguém na minha equipa direta, não teria. A responsabilidade máxima é sempre do presidente da câmara, seja o urbanismo, seja o ambiente ou as estradas ou o que for, a responsabilidade máxima em qualquer caso de suspeita é do presidente da câmara. Portanto, Fernando Medina tem essa responsabilidade”, diz o candidato social-democrata.

Na semana passada, em reação às buscas na CML, Carlos Moedas já tinha condenado “as sombras” da gestão de Fernando Medina, mas disse algo mais, citando o comentário de Medina ao despacho de pronúncia de José Sócrates para o atacar.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Buscas na Câmara de Lisboa. Moedas condena “sombras” da gestão de Medina e recorda Sócrates

Na entrevista, o Público perguntou-lhe se não é “um exagero” usar o caso de Sócrates – de quem Medina foi porta-voz. “O que é um exagero é ter um presidente da câmara em exercício que é comentador televisivo”, respondeu Carlos Moedas.

“É um exagero para o qual todos devemos olhar e todos devemos pensar se é normal. Aquilo que disse foi aquilo que as pessoas pensam. É que esta maneira de fazer política e estas suspeições são más para a democracia. Termos esta suspeição numa câmara da dimensão de Lisboa, sobre o Urbanismo de Lisboa, é péssimo para a democracia. Portanto, isso tem de ser esclarecido rapidamente”, completou.