A candidata apoiada pelo PSD à Câmara Municipal da Amadora, Suzana Garcia, afirmou esta quarta-feira em entrevista ao apresentador Manuel Luís Goucha que espera que o Bloco de Esquerda seja “exterminado”. Disse Suzana Garcia: “Espero mesmo que o Bloco de Esquerda seja exterminado”.

Um desejo que alargou também ao Chega, quando questionada pelo apresentador se também desejava o seu extermínio: “Também. Para mim as extremas são todas asquerosas e são o resultado da falência dos políticos falarem ao eleitorado”.

Um vídeo com um excerto da entrevista — apenas com a parte referente ao Bloco de Esquerda — foi difundido esta quarta-feira nas redes sociais por Fabian Figueiredo, dirigente do Bloco de Esquerda, que pede a sua demissão.

Já Rui Rio, questionado pelos jornalistas sobre estas declarações, preferiu não fazer qualquer comentário.

Na entrevista, Suzana Garcia voltou a reafirmar o seu programa de intenções para o município: “Eu vim para incomodá-los, vim para agitar as águas fétidas do pântano político que se vive na Amadora”. Sobre a relação com a PSD, disse: “Estivemos numa fase de namoro longo, ao contrário do que as pessoas possam imaginar não foi uma decisão tomada de supetão”. Garantiu, aliás, que aceitou um convite que lhe foi feito “mais do que uma vez” pelo PSD e disse mais — que foi “convidada por todos os partidos de direita, à exceção de um, e [também] por um que não é de direita”.

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Sobre os seus detratores, Suzana Garcia quis vincar: “São poucos, são é ruidosos”. A candidata, que criticou ainda a situação social de insegurança e pobreza que se vive no município, prometeu que vai “acabar com as barracas” da Amadora e que vai dar “1.500 bolsas de estudo”.  A esquerda, diz Suzana Garcia, fez “da Amadora uma Venezuela”.

Quando questionada sobre a relação que tem com a Amadora, de onde não é natural — o que acontece com vários presidentes de câmara e candidatos autárquicos —, apontou: “Isso é xenofobia regional”. E criticou quem a cola ao Chega, dizendo que se trata de “jornalistas avençados pela esquerda, alguns até perderam as carteiras profissionais precisamente por serem avençados do PS — esse tipo de pessoas querem-me colar ao Chega para assustar o eleitorado”. E questionada sobre se as suas propostas não são semelhantes às do Chega, responde: “Ai são? Mas eu já apresentei alguma?”

A antiga comentadora e candidata à Amadora voltou a falar de Mamadou Ba, um dos seus alvos: “Não gosto de pessoas oportunistas e que são responsáveis por uma grande clivagem na nossa sociedade. A existência daquele tipo de discurso, de uma left-wing presunçosa que nunca fez nada pelo povo, só cria clivagens na sociedade. O meu discurso é o antídoto, eu sou a expressão do povo. As pessoas pensam como eu penso, não têm é a oportunidade de ter voz. Eu sou essa voz”.

Quando o assunto foi racismo, defendeu que Portugal tem pessoas racistas mas não é um país racista. E puxou pela memória: “Antes do 25 de abril, lembra-se do Eduardo Nascimento? Um preto com um vozeirão fantástico, uma música extraordinária! Quem é que votou na música do Festival da Canção do Eduardo Nascimento, música tão linda. Foram os portugueses! Fomos nós!”