A Comissão Europeia abriu uma investigação aprofundada à compra da Air Europa pelo grupo IAG (dono da Iberia) com o objetivo de assegurar se a operação irá ter um impacto negativo na oferta de serviço de transporte de passageiros.

Os serviços da concorrência de Bruxelas conduziram uma investigação “abrangente para perceber o impacto do negócio” que envolveu a recolha de documentos internos, recolha de opinião de companhias concorrentes, aeroportos, gestores de slots e clientes, refere um comunicado divulgado esta sexta-feira. Na sequência destas investigações, a DG Comp identificou as seguintes preocupações:

Concorrência reduzida em algumas rotas domésticas em Espanha, em particular nos trajetos onde não existe a alternativa do comboio de alta velocidade e nas rotas para ilhas Baleares e Canárias nas quais a IAG e a Air Europa são concorrentes diretas.

Redução da concorrência em algumas rotas de médio curso entre Espanha e outros países europeu e Médio Oriente em que as duas companhias concorrem uma com a outra. Apesar da Ryanair também fazer algumas ligações, usa aeroportos mais distantes.

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Menos concorrência em algumas rotas de longo curso, nomeadamente para o América do Norte e do Sul e nas quais não restará alternativa após a compra da Air Europa.

A IAG é a dona da Iberia e da companhia low-cost Vueling, para além da British Airways e da Aer Lingus. E é um dos grupos europeus que está empenhado em concorrer à privatização da TAP.

A compra da Air Europa foi anunciada no início de 2023 depois da segunda companhia aérea espanhola ter recebido um resgate público por parte do Governo Sanchéz, devido à pandemia. Esta operação e as relações comerciais da mulher do presidente do Governo espanhol com a empresa dona da Air Europa, a Globalia, são um dos temas das denúncias feitas na justiça contra Begoñia Gomes.