Joe Biden, o democrata que preside aos EUA, tem um plano para os veículos eléctricos. Não porque pessoalmente seja fã da tecnologia, mas sim porque acredita que é uma solução boa para o ambiente e para criar riqueza, caso a indústria automóvel norte-americana se mantenha competitiva face à China. Daí que o Presidente tenha previsto investir 174 mil milhões de dólares neste tipo de meio de transporte, bem como na produção de baterias, que necessitam de grandes investimentos para fazer frente à ofensiva da China e até da Coreia do Sul.

Esta decisão de Biden, perfeitamente em linha com a já anunciada pela Europa, visa tornar os respectivos países – ou melhor, a sua indústria – independentes, sobretudo do controlo chinês. Sucede que os carros eléctricos alimentados por bateria são uma tecnologia muito recente, tendo em vista a massificação da produção, que ainda requer muito investimento para garantir que os fabricantes de cada bloco têm acesso às melhores soluções do mercado.

Biden anunciou estar na disposição de investir uma verba muito generosa para ajudar a indústria, mas não quer resolver um problema apenas para criar outro. Daí que tenha anunciado que os apoios à indústria automóvel para a venda de veículos eléctricos, através de incentivos e reforço da rede de carregamento, se iriam estender à criação de centros para o desenvolvimento de baterias e fábricas para as produzir, mas apenas se incluíssem igualmente instalações para procederem à sua reciclagem em fim de vida.

Há muito que a reciclagem deixou de ser um fardo para ser uma oportunidade. Se exige investimento adicional, não só para a reciclagem, como para o fazer sem poluir, recuperar as velhas baterias representa a forma mais barata de aceder aos metais que são necessários para produzir baterias novas.

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