Foi bom, podia ter sido melhor. Este sábado, Fernando Pimenta conquistou aquela que foi a sua 103.ª medalha internacional entre Jogos Olímpicos (prata em K2 1.000 com Emanuel Silva), Mundiais, Campeonatos da Europa de seniores ou Sub-23, Jogos Europeus e Taças do Mundo mas não conseguiu reconquistar o título continental em K1 1.000, numa regata muito disputada onde o jovem húngaro Balint Kopasz foi mais forte nos 250 metros. No entanto, aquilo que o atleta retirou foi sobretudo o passo no caminho para o grande foco: os Jogos de Tóquio.

Mais uma prata para a coleção: Fernando Pimenta sagra-se vice-campeão europeu em K1 1.000

“Sem dúvida que foi uma luta interessante, principalmente entre mim e o húngaro. Demos um bom espetáculo, um mano a mano bem renhido. Dei o meu melhor mas senti que há aspetos a melhorar e isso é bom. Faltam dois meses para a grande competição da época. Agora é focar no trabalho, cabeça erguida. Continuar a trabalhar e a acreditar que tudo é possível em Tóquio. As medalhas internacionais são sempre mais fáceis de contar e todas têm muito significado. Esta é bastante importante para o medalheiro. Agora, é continuar a trabalhar focado, com o grande objetivo de chegar na minha melhor forma a Tóquio”, comentou Pimenta à agência Lusa.

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“O K1 1.000 habituou-nos a isso, com atletas ao mais alto nível, com os pódios sempre a mudar. Há duas semanas, o húngaro, em casa, ficou fora do pódio na Taça do Mundo e agora venceu. O nível competitivo é muito alto. Todos querem estar na luta pelo pódio e há nível para isso. Só os mais fortes vão conseguir uma medalha em Tóquio”, acrescentou, dedicando a prata à filha Margarida, que vai fazer seis meses, e a Emanuel Silva, que teve de ser operado já em Poznan depois de uma crise renal e acabou por falhar a competição. “Agora, na final de K1 5.000, quero tentar fazer uma grande regata, inteligente e a fugir de confusões”, completou.

Seguia-se aquela que seria a última grande final internacional antes da reta final de preparação para os Jogos Olímpicos, o principal foco de Fernando Pimenta em 2021, já com o cansaço acumulado da recente Taça do Mundo, das viagens e da eliminatória e da final em K1 1.000. E isso acabou por pesar também nos instantes finais, com o português a ficar pelo bronze atrás do húngaro Balint Noe e do bielorrusso Aleh Yurenia. No entanto, mais do que o resultado, o olímpico português ficou muito desagradado com a organização e com a sinalização colocada durante a prova que lhe retirou a possibilidade de conquistar mais um ouro.

Canoísta olímpico João Ribeiro vice-campeão da Europa de K1 500

“Isto não tem explicação nenhuma. Literalmente, foi a organização a brincar com o esforço dos atletas. Foi uma prova em que me senti muito bem e liderei boa parte, com ritmo controlado, a proteger-me sempre dos sprints. Uma má sinalização do número de voltas fez com que perdesse o título europeu. Estamos numa modalidade muito pequena. Infelizmente, em alguns países ainda se brinca ao desporto de alta competição. Quando ouvimos o sinal ficámos a olhar uns para os outro e os cinco disputaram um pequeno sprint de 50 metros quando normalmente é lançado a 200 da meta. Continuei a prova e no último sprint, sim, para mim o que para mim ficou a valer, consegui impor-me”, comentou no final o canoísta à agência Lusa.