Donald Trump anunciou que vai processar as empresas Facebook, Twitter e Google, assim como os seus diretores executivos, por ter sido banido destas redes sociais, noticiou a Associated Press.

Estamos a exigir o fim do bloqueio nas redes sociais, o fim do silenciamento e o fim da colocação na lista negra, do desterro e da suspensão que vocês tão bem conhecem”, disse o antigo Presidente dos Estados Unidos, a partir do seu campo de golfe em Nova Jérsia.

Em causa está a suspensão das contas de Trump após situações como o ataque ao Capitólio, em janeiro – por risco de incitamento à violência – ou a disseminação de informações falsas sobre fraude nas últimas eleições presidenciais norte-americanas.

Trump diz que ter sido banido é “ilegal, inconstitucional e completamente anti-americano”. Para o antigo ávido utilizador do Twitter, esta é uma violação da liberdade de expressão. Os tribunais, no entanto, têm decidido que as suspensões impostas não violam a Primeira Emenda, refere o Politico.

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As gestoras das redes sociais estão protegidas por uma legislação que as isenta de responsabilidade sobre o que os utilizadores escrevem ou partilham, mas que lhes permite apagar conteúdos que considerem não cumprir os termos da empresa. Donald Trump quer acabar com este tipo de proteção.

O processo está a ser apoiado por uma organização sem fins lucrativos recém-criada, a America First Policy Institute, que, segundo o Politico, conta com vários aliados ideológicos e ex-funcionários do governo de Trump e tem como objetivo promover a agenda do ex-presidente desde que deixou o cargo.

Especialistas ouvidos pelo jornal The Washington Post dizem que o processo está morto à partida e que ele nunca conseguiu ganhar um processo deste tipo. Eric Goldman, professor na Faculdade de Direito da Universidade de Santa (Califórnia), diz que este anúncio se encaixa no padrão de comportamento de Trump com os media: “abrir processos judiciais sem os perseguir de forma vigorosa”.