O Sporting foi notificado esta tarde pelo Inter da proposta apresentada pelo Benfica para a contratação a título definitivo de João Mário, por um valor de 7,5 milhões de euros. E esse momento, não sendo obrigatório no plano do acordo celebrado em 2016 quando o médio foi vendido pelos leões aos nerazzurri, pode ainda levar a outro volte-face em todo o processo, sobretudo porque o conjunto de Alvalade, não estando nesta fase interessado em manter o jogador à razão de quatro milhões de euros brutos por cinco temporadas como foi oferecido pelo clube da Luz, entende que tem direito a uma compensação de 30 milhões de euros caso assine com o rival.

De acordo com o que foi confirmado ao Observador, e ainda antes desse anúncio formal daquilo que tinha sido apresentado pelo Benfica esta terça-feira numa reunião entre Rui Costa, Rui Pedro Braz e os dirigentes do Inter em que esteve também presente o agente do jogador, Federico Pastorello, o conjunto italiano contactou os leões por respeito pelo direito de preferência existente no contrato celebrado em 2016 mas também no intuito de saber até que ponto o clube verde e branco estaria disposto a aumentar a parada chegando aos valores que os encarnados ofereceram. Esse cenário não irá acontecer. Nem com o clube, nem com o jogador.

Depois da proposta de três milhões fixos mais dois variáveis pelo médio, e assumindo-se em termos internos que seria possível aumentar a parada para os cinco milhões mais dois em variáveis, o Sporting não está disponível para igualar a proposta de 7,5 milhões de euros, assim como considera que o investimento de 20 milhões de euros em cinco anos de contrato será difícil de amortizar a nível desportivo e/ou financeiro tento em conta também os limites salariais existentes atualmente. Ainda assim, os leões não deixam cair a cláusula anti-rivais, que obrigaria a um pagamento de 30 milhões caso o jogador regresse a Portugal sem ser para Alvalade.

É esse ponto nesta altura que separa João Mário, que continua a trabalhar num ginásio em Portugal, e o Benfica: existe acordo entre o jogador e o clube (e vontade de mudança para a Luz, como foi manifestado pelo médio ao antigo e possível futuro treinador, Jorge Jesus), existe acordo entre o clube e o Inter, existe agora a certeza para todas as partes que o Sporting não irá igualar aquela proposta. O que falta? Os nerazzurri aceitarem que não irão ter problemas com a tal cláusula anti-rival. E é apenas isso que está nesta fase a prender o negócio.

Apesar de toda a argumentação apresentada pelo Benfica, incluindo pareceres pedidos propositadamente pelos encarnados para mostrar que essa cláusula não pode ser acionada ao abrigo das leis laborais portuguesas, o departamento jurídico do Inter continua sem dar a luz verde a essa pretensão até por saber que, já antes, o próprio clube utilizou essas cláusulas, nomeadamente quando vendeu Mauro Icardi ao PSG mas garantiu que teria de receber 15 milhões de euros caso o avançado regressasse a Itália. Daí que, quando informaram os leões da proposta, o Inter tenha questionado se haveria hipótese de igualar a proposta que estava em cima da mesa por resolver duplamente esse problema. É neste ponto que se encontram as negociações por João Mário.

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