O comentador político Luís Marques Mendes diz que “Luís Filipe Vieira não tem condições para voltar à presidência do Benfica” depois do processo “Cartão Vermelho”, mesmo que não venha a ser acusado ou condenado. “O ciclo Vieira acabou”, vaticinou. No seu espaço de comentário semanal na SIC, o antigo líder do PSD o diz que “o caso de Vieira é parecido ao de Sócrates”, já que mesmo que os atos que são públicos não sejam ilegais, são “imorais”.
Embora elogie o cerco do MP aos grandes devedores à banca, Marques Mendes criticou a justiça, dizendo que “não é admissível” que um detido “passe duas ou três noites na prisão à espera de interrogatório”. E acrescentou: “Isto não é justiça. É humilhação e enxovalho. Não pode acontecer.”
Ainda nas críticas à justiça, o comentador criticou o Ministério Público por mudar a agulha “tipo catavento” no caso Tancos, em que começou por pedir a condenação e acabou, dois anos depois, a pedir a absolvição do ex-ministro no caso. Entretanto, critica Marques Mendes, o MP “queimou-o na praça pública“, o que “não é inédito, mas é inqualificável”. Para o antigo líder social-democrata, esta “é uma derrota pesada para o Ministério Público”, que fez “um mau trabalho”. Além disso, o ex-líder do PSD diz que “o PS foi prejudicado na campanha de 2019 por ter saído a acusação”.
Sobre o facto de o Governo ter suspendido a nomeação de Vítor Fernandes como presidente do Banco do Fomento, Marques Mendes considera que o Executivo “fez bem” em tomar esta “medida cautelar”.
Costa “sonha com cargo europeu em 2024”
Marques Mendes fez ainda um “balanço positivo” da Presidência Portuguesa da UE, elegendo como pontos positivos colocar “em prática a bazuca europeia”, a reforma da PAC, o certificado digital, a Lei do Clima e as cimeiras social e com a Índia. Como aspetos negativos, o comentador critica o facto de não existir cimeira UE-África, a polémica em torno do procurador europeu e descoordenações no plano da pandemia.
O comentador diz ainda que “o primeiro-ministro sonha com cargo europeu em 2024”. Marques Mendes não sabe se António Costa o vai conseguir, mas defende que “esta Presidência deu-lhe um pouco mais de fôlego e de paixão em torno dessa ambição.”
O ex-líder do PSD reitera ainda as críticas a “confusão” no combate à pandemia, alegando que “a situação piorou” e que à confusão se juntou “desorientação”. A cerca sanitária foi, segundo Mendes, “um fiasco” e acrescentou que o recolher obrigatório é “uma medida ineficaz”.