O centésimo jogo entre duas equipas “batidas” da I Liga como o grande FC Porto e o insular Marítimo merecia melhor condições. Na antevisão o treinador dos dragões Sérgio Conceição relembrou que o relvado dos Barreiros teve a nota mais baixa de todas as equipas, e isso notou-se. Pobre tapete encontraram os craques.

Depois de tudo o que se falou durante a semana em torno de Zaidu, não foi com grande surpresa que Conceição apresentou outro defesa esquerdo, mas não era muito esperado que fosse o central Marcano.

Do lado do Marítimo, Julio Velázquez — que na época passada salvou o Marítimo da despromoção — foi claro: “A intenção não é pontuar, é ganhar”. E independentemente do objetivo, os madeirenses traziam clara a ideia de não deixar o FC Porto jogar à vontade ou, se possível, não jogarem por dentro. Passados 20 minutos era claro que os dragões iam controlar a partida e os insulares iam tentar jogar mais direto.

O problema? Luis Díaz está numa forma impressionante e criou três lances de golo em menos de dez minutos. Primeiro, Toni Martínez, quando só era preciso encostar, “tropeçou” na bola, depois Otávio rematou à figura de Paulo Victor, e, por fim, foi o próprio Díaz a deixar jogadores para trás, mas a rematar à malha lateral. O colombiano estava a ser o destaque de um jogo algo incaracterístico.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De qualquer forma, o Marítimo, mesmo com dificuldades em construir, tentava fazê-lo, o que pouco depois resultou no golo… do FC Porto. Taremi recuperou um passe que saiu da esquerda da defesa para o meio-campo, um erro claro, soltou em Otávio que picou a bola por cima de Paulo Victor. Luis Díaz, que tanto merecia, fez o 1-0.

Mesmo a perder o jogo estava na mesma toada e até estranho, não só, mais uma vez, pelo relvado, mas pela própria forma com que o Marítimo se apresentava. A verdade é que no último lance da primeira parte a bola apareceu na esquerda maritimista em Vitor Costa. Começa-se a ouvir o barulho dos adeptos e o jogador passa a bola para trás, onde à entrada da área aparece Xadas que de primeira dá uma “canhota” em arco para dentro da baliza de Diogo Costa. Assim, estava feito o empate.

O início da segunda parte, que surpresa, foi com um lance de perigo de Luis Díaz. E um minuto depois? Outra vez, com o colombiano quase a obrigar Zainadine a fazer autogolo. Não há muito a dizer sobre os outros 20 minutos, com o FC Porto a tentar, claro, mas sem criar lances de perigo. O Marítimo aos 64′ criou perigo, mas não houve muito mais. E com a relva a piorar, pior ficava também o jogo. Mas os dragões bem tentavam, e não estavam a jogar necessariamente mal, conseguindo aqui e ali criar jogo mas com dificuldades no último passe.

Não foi no último passe, mas foi no último toque que André Vidigal pecou após cruzamento de Cláudio Winck, que lhe deu um golo. Com uma finalização pobre e desequilibrado, Vidigal acertou no poste. Seria a surpresa completa.

Já com Corona em campo, protagonista de tantos rumores de transferência, o FC Porto continuava a embater na ilha que era por vezes a equipa do Marítimo, que aproveitou para tentar jogar, mas jogar q.b., de modo a não descurar a defesa, claro.

Aos 90+5′, a bola vai ao poste da baliza do Marítimo, após erro do guarda-redes Paulo Victor, que deu a bola ao FC Porto. Francisco Conceição trabalhou bem sobre Zainadine, cruza e após vários ressaltos a bola bate no poste.

Até ao final, João Pinheiro ainda precisou de ouvir indicações do VAR para decidir sobre um penálti ou não sobre Francisco Conceição, mas seguiu o jogo que, pouco depois, acabou.

O jogo foi intenso, mas não propriamente bem jogado. Quer FC Porto, quer Marítimo foram equipas esforçadas, ainda que com objetivos diferentes. Os dragões, mesmo assim, tiveram chances para fazer mais golos (sim, o Marítimo também acertou no poste), incluindo uma bola ao ferro do Marítimo mesmo nos minutos finais.

Bom ponto para o Marítimo, mau resultado para o pouco eficaz FC Porto.

.