Um tribunal da Bielorrússia condenou esta segunda-feira dois destacados ativistas da oposição a longas penas de prisão demonstrando que o regime de Minsk mantém a perseguição contra dissidentes políticos.

Maria Kolesnikova, dirigente do Conselho de Coordenação, um organismo da oposição ao regime, estava presa desde setembro do ano passado e foi condenada hoje a 11 anos de cadeia.

Um tribunal de Minsk considerou que Kolesnikova é culpada de ações conspirativas contra o poder através da criação de uma “organização extremista” e de ter apelado a ações contra a segurança do Estado.

O advogado Maxim Znak, igualmente membro do Conselho de Coordenação, foi condenado a 10 anos de prisão depois de ter sido acusado dos mesmos crimes.

Kolesnikova participou nas manifestações e protestos que se registaram no país após as eleições de agosto de 2020 e resistiu às tentativas das autoridades que a queriam forçar ao exílio.

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Na altura em as forças de segurança a conduziram para a zona de fronteira, no ano passado, a ativista rasgou o passaporte recusando a expulsão tendo sido presa de imediato.

UE deplora “contínuo desrespeito flagrante” pelos direitos humanos

A União Europeia (UE) deplorou o que classifica como “contínuo desrespeito flagrante” pelos direitos humanos por parte do regime bielorrusso liderado por Alexandre Lukashenko, numa reação à condenação de dois destacados ativistas da oposição.

Apontando que esta segunda-feira, em Minsk, após um julgamento à porta fechada, “os presos políticos Maria Kolesnikova e Maksim Znak foram condenados a 11 e 10 anos de prisão, respetivamente”, o porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa declarou, em comunicado, que “a UE deplora o contínuo desrespeito flagrante do regime de Minsk pelos direitos humanos e liberdades fundamentais do povo da Bielorrússia”.

Lembrando que, em agosto de 2020, Maria Kolesnikova, juntamente com a líder da oposição Svetlana Tikhanouskaia e Veronika Tsepkalo, “tornou-se um símbolo do movimento pela Bielorrússia democrática”, o porta-voz aponta que a ativista foi julgada à porta fechada, juntamente com o “proeminente advogado” Maksim Znak, sob as “acusações infundadas” de conspirar para tomar o poder do Estado de forma inconstitucional, apelar a ações destinadas a prejudicar a segurança nacional da Bielorrússia através da utilização dos meios de comunicação social e da Internet e estabelecer e liderar e um grupo extremista.

Além de condenar mais este desrespeito pelos direitos humanos por parte de Minsk, a UE insiste nos seus pedidos de “libertação imediata e incondicional de todos os presos políticos na Bielorrússia”, atualmente “mais de 650”, incluindo Kolesnikova e Znak, jornalistas “e todas as pessoas que se encontram atrás das grades por exercerem os seus direitos”.

“A Bielorrússia deve aderir aos seus compromissos e obrigações internacionais no seio da ONU e da OSCE. A UE prosseguirá os seus esforços para promover a responsabilização pela repressão brutal por parte das autoridades bielorrussas”, concluiu o comunicado.

(atualizado no dia 6 de setembro às 14h25)