O candidato do Partido Democrático Republicano (PDR) à presidência da Câmara de Lisboa, Bruno Fialho, defende a remodelação das ciclovias da cidade, argumentando que “foram mal desenhadas”, e considera que os residentes não devem pagar pelo estacionamento na via pública.

Em declarações à agência Lusa, Bruno Fialho começa por dizer que “o primeiro problema” da cidade se prende com as ciclovias, que no seu entender “têm de ser totalmente remodeladas, praticamente todas anuladas, porque estão a causar enormes problemas a quem reside nos locais onde foram implementadas”.

“Se conseguisse vencer, iria com certeza criar espaço para ciclovias, mas que não interferissem com o direito de os residentes terem qualidade de vida e também de quem vem trabalhar o poder fazer”, afirma o tripulante de cabine, de 46 anos.

Por outro lado, o candidato, eleito presidente do PDR em 2020, defende que “um residente não pode pagar EMEL [Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa], seja em que situação for, nem que tenha três, quatro carros”, uma vez que “já é tão sufocado com impostos”.

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Outra das prioridades do PDR prende-se com a segurança nas escolas. Bruno Fialho propõe que sejam contratados polícias municipais especificamente para apoiar a PSP na fiscalização junto aos estabelecimentos de ensino.

O candidato quer também empenhar-se na erradicação das situações de sem-abrigo, referindo que “Lisboa não tem feito um bom trabalho” nesta área, assim como “acabar com os ‘graffiti’ não autorizados e com o lixo gráfico” através de multas pesadas.

Bruno Fialho nasceu em 19 de maio de 1975 (46 anos), na Maternidade Alfredo da Costa, “a fábrica de bebés de Lisboa”, cidade onde viveu até atingir a maioridade.

Aos 23 anos começou a trabalhar como tripulante de cabine numa companhia aérea, enquanto ainda terminava o curso superior em Direito.

Chegou a exercer advocacia durante oito anos, em paralelo com a atividade de tripulante de cabine, mas acabou por deixar o Direito e continuar apenas com a profissão que continua a exercer.

Foi também sindicalista durante 20 anos, tendo ajudado a “mediar o imbróglio criado em 2019” entre Governo e camionistas.

Nessa altura, foi então convidado para integrar o PDR e decidiu aceitar, argumentando que este foi o único convite para fazer parte de um partido que lhe deu “total liberdade” para expressar a sua opinião.

Em 2019, candidatou-se às legislativas pelo círculo de Setúbal e agora decidiu abraçar este desafio “porque os candidatos não têm coragem de apresentar ideias”, preferindo “birras de crianças, birras de ‘outdoors’, com bombas de um lado e de outro”.

“E eu quero ser o primeiro e único candidato, na minha opinião, a apresentar ideias concretas para a cidade de Lisboa porque é uma cidade”, afirma.

Bruno Fialho considera também que o facto de nunca ter pertencido “a nenhum ‘lobby’ político” e de não ter “nada a perder” permite-lhe “denunciar e apresentar as ideias que os cidadãos efetivamente querem”.

Sempre que tem tempo livre, Bruno Fialho dedica-o aos dois filhos, de 4 e 6 anos. Tem vários sítios de eleição em Lisboa, mas se tivesse de escolher apenas um optava pelo Jardim da Estrela, onde passou a infância.

O seu principal objetivo nesta candidatura “é passar uma mensagem às pessoas de que é possível fazer política de forma diferente e dar-lhes aquilo que eles necessitam”.

Nas eleições mais recentes para a Câmara de Lisboa (2017), a coligação PDR/JPP obteve apenas 809 votos (0,32%), não elegendo qualquer vereador. O partido também não tem representação na Assembleia Municipal.

A Câmara de Lisboa, atualmente presidida por Fernando Medina (PS), é composta por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é muita gente), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU (PCP/PEV).

Além de Bruno Fialho, concorrem Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).

As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.