Acabado de sofrer um golo sem hipóteses, Diogo Costa mostrou em Alvalade uma das facetas do que é um grande guarda-redes: sobretudo na primeira parte, que coincidiu com a pior altura do FC Porto no clássico frente ao Sporting, o número 99 conseguiu travar por duas vezes situações de 1×0 de Nuno Santos, ficando com a desvantagem mínima no marcador para o empate que chegaria mais tarde por Luis Díaz. Quatro dias depois, em Madrid e num palco de Champions, chegou a outra faceta daquilo que os dragões têm hoje na baliza: num encontro onde o nulo não se desfazia, apareceu pouco mas de forma decisiva.

Diogo merecia aquela mãozinha para a vitória (a crónica do Atl. Madrid-FC Porto)

Logo a abrir, numa das raras oportunidades em que o Atl. Madrid conseguiu encontrar Luis Suárez na profundidade, o guardião portista conseguiu evitar com uma boa estirada para o seu lado esquerdo o que poderia ter sido o golo inaugural logo no quinto minuto. Mais tarde, a meio da segunda parte, e na única bola em que Griezmann conseguiu desequilibrar um pouco mais recuado, travou de forma soberba um remate rasteiro de Correa para o seu lado direito com um desvio para canto. Antes e depois, esteve sempre à altura do desafio, transmitindo uma enorme segurança à defesa e à equipa.

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Naquela que seria uma estreia de fogo nesta Champions, Diogo Costa destacou-se como o melhor em termos individuais entre uma grande exibição coletiva do FC Porto, que se arriscou a sair com mais do que um ponto de Madrid no duelo diante do campeão espanhol, uma autêntica sombra do que já fez.

“Fico contente por ajudar a equipa e não pensar em mim. O que tento é ajudar a equipa, não mostrar-me, é tudo em prol do coletivo. Somos uma equipa muita competitiva, é isso que procuramos, representar bem o nosso clube e o país também. Começar com um empate? É um bom prenúncio mas pensamos sempre em ganhar, viemos para tentar ganhar o jogo, mas há dias assim. Demos o nosso melhor, é o que importa”, começou por dizer o guarda-redes na zona de entrevistas rápidas da Eleven Sports.

“Como se costuma dizer é melhor do que nada, apesar de nesta casa só pensarmos em ganhar. Temos dias difíceis, este foi um deles. O que temos de fazer é dar sempre o nosso melhor porque assim estaremos mais perto de ganhar mas não sendo possível jogámos com o nosso ADN, representámos bem o clube e é isso que nós queremos passar para fora, essa boa imagem também. Vítor Baía? Nesta fase estou a percorrer um sonho e tento fazer o melhor para ficar melhor todos os dias. Era isso que tinha feito, é isso que vou continuar a fazer. Medo dos tubarões deste grupo? Não, claro que não. O FC Porto não tem medo de qualquer equipa. Somos uma equipa muito competitiva e não somos nada diferente dos outros”, destacou depois na flash interview da TVI24, falando também do número 99 que utiliza.

Já Sérgio Conceição, na zona de entrevistas rápidas, destacou a boa resposta da equipa a tudo o que tinha delineado como estratégia para a partida e elogiou as exibições de Corona e Zaidu nas laterais explicando que o africano apenas saiu ao intervalo por já ter um amarelo (“e porque o árbitro estava com alguma facilidade a dar cartões aos jogadores do FC Porto”) e abordando depois na conferência de imprensa os dois lances polémicos no final do jogo, entre o golo anulado a Taremi e a expulsão de Mbemba.

“Continuo como já disse na semana passada, os árbitros portugueses têm qualidade. Golo anulado? Ainda não vi o lance, não sei se há penálti antes da possível mão. Sei é que no lance em que o Mbemba é expulso acho que não há razão para o cartão vermelho. Se calhar, a equipa de arbitragem foi a equipa que esteve menos bem no jogo… Os nossos árbitros são competentes, infelizmente temos tido arbitragens menos competentes na Champions. Aconteceu contra o Chelsea, contra o City… Não vale a pena estarmos aqui a lamentar. Errar é humano, quem está à frente da televisão analisa calmamente vários ângulos. Se decidiram assim, é porque foi assim. Mas não fico contente”, admitiu o treinador dos portistas.