“Preferia vencer a Liga dos Campeões”, afirmou José Mourinho antes do encontro da Roma frente ao Zorya, realizado esta quinta-feira. O treinador português e até, talvez, a sua equipa, têm “jogo” para não estar na terceira, digamos, divisão do futebol europeu, mas a preferência de Mou não tira claro, a vontade de vencer tudo o que lhe aparece: “Estamos na Conference League e vamos tentar conquistá-la“. Duas frases à special one e um objetivo que sempre pautou a carreira do português: vencer.

E ganhar foi o que não conseguiu no último encontro da Roma e logo no Derby della Capitalefrente à rival, ou mesmo até “inimiga” Lazio. Houve picardia, dentro e fora de campo, houve uma vingança de Pedro Rodríguez, dispensado por Mourinho e que marcou à antiga equipa. A equipa orientada pelo português e que conta ainda com Rui Patrício na baliza, que jogou esta quinta-feira de início, queria então reagir na Ucrânia. “Não temos segunda equipa. Precisamos de descansar alguns jogadores e vamos dar a oportunidades a outros, mas vai entrar um onze forte para vencer”.

A Roma teve um arranque de temporada fulgurante com seis vitórias consecutivas, contando com todas as competições oficiais, mas nos últimos três jogos, todos para a Serie A, venceu apenas um, estando agora no 4.º lugar do campeonato italiano.

Não foram assim tantas as alterações efetuadas por Mourinho, até porque tem um plantel que, se não curto, pelo menos equilibrado, e entrou no jogo praticamente a vencer, com um golo do rejuvenescido El Shaarawy, que aos 28 anos parece diferente com o treinador português. A assistência foi sim de um dos benjamins da Roma, Darboe, de 20 anos, natural da Gâmbia, que fez um belo passe para o golo do italiano, que criou mais lances de perigo. O Zorya tentava estorvar a Roma o mais possível e foi conseguindo, mesmo que sem assustar de sobremaneira Rui Patrício. Isto, aliás, já tinha previsto José Mourinho. “São uma equipa muito organizada e vai ser muito difícil”, disse o português, o que se confirmou de certa forma, apesar de ser muito, muito claro, qual era a melhor equipa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta quinta-feira, no entanto, havia mais um dado especial para o special one. Se recentemente chegou aos 1000 jogos na carreira, chegava esta tarde ao jogo 200 em competições europeias, tendo em atenção dados do Transfermarkt. E, assim sendo, tudo começou há praticamente 20 anos certos, a 28 de setembro de 2000, na altura ao serviço do Benfica. No velhinho Estádio da Luz, frente aos suecos do Halmstads, os encarnados empataram 2-2 e no agregado de 3-4 foram eliminados. Nesse jogo, o holandês Pierre van Hooijdonk e Miguel marcaram os golos da equipa lisboeta.

Neste caminho de duas décadas destacam-se duas vitórias na Liga dos Campeões, com FC Porto, em 2003/2004, e Inter, uma Taça UEFA também com o FC Porto em 2002/2003 e uma Liga Europa em 2016/2017. Não que seja necessário recordar de forma forçada o currículo sobejamente conhecido de José Mourinho, mas em dia de jogo 200 em competições europeias, ninguém levará a mal.

Voltando ao encontro desta quinta-feira, o segundo tempo começou da mesma forma que tinha corrido, na sua maioria, a primeira parte: a Roma a controlar, mas sem o jogo totalmente controlado, porque o Zorya a qualquer altura podia reabrir o encontro. Talvez “farto” dessa situação, Mourinho, por volta da hora de jogo, tirou Perez e Shomurodov, para entrarem Zaniolo e Abraham, que acertou no poste poucos instantes depois de entrar.

Também pouco tempo depois, talvez embalado pelos novos colegas em campo, S faz o 2-0 num pontapé de canto, colocando um pouco de gelo num encontro, que viria a congelar meros minutos depois, aos 68′, quando Abraham, aproveitando uma bola perdida na área, colocou em arco facilmente na baliza do Zorya. 3-0 e tudo resolvido.

Depois do jogo 1000, Mourinho admitiu que estava nervoso, para esta quinta-feira veremos o que irá dizer. Mas uma coisa é certa: com ou sem preferências, ganhou.