Depois de semanas a esconder-se dos talibãs, Aman Khalili, o intérprete afegão que ajudou a salvar o presidente Joe Biden de uma tempestade de neve, e a sua família já conseguiram fugir do Afeganistão, passando fronteira com o Paquistão, confirmou o Departamento de Estado esta segunda-feira, segundo escreve o The Wall Street Journal. O intérprete tinha sido deixado para trás quando os talibãs tomaram o poder no Afeganistão.

Esta é a primeira vez que se conhece o nome oficial do intérprete. Quando deu uma entrevista ao The Wall Street Journal a fazer um apelo a que o ajudassem a sair do país, apresentou-se como Mohammed, já que não quis revelar o seu nome completo por questões de segurança, apelou ao presidente norte-americano: “Olá, Sr. Presidente. Salve-me a mim e à minha família. Não se esqueça de nós aqui.

Em 2008, então com 36 anos, trabalhava como intérprete e ajudou Joe Biden, na altura senador, quando dois helicópteros Black Hawk do exército dos EUA pousaram de emergência num vale no Afeganistão durante uma tempestade de neve. A bordo estavam também os senadores John Kerry e Chuck Hagel.

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Enquanto membro de uma equipa de segurança privada da antiga empresa Blackwater e do exército dos EUA, Aman Khalili, recebeu um pedido urgente de ajuda. O atual presidente norte-americano estava em perigo e não conseguia abandonar o vale por ser uma zona de difícil acesso e devido à tempestade de neve que se abatia. Passou horas nas montanhas até conseguir resgatá-lo, relatou Brian Genthe ao mesmo jornal, que na altura servia como sargento na Guarda Nacional do Arizon.

O intérprete afegão que salvou Biden dos talibãs em 2008 foi “deixado para trás”

Aman Khalili,, que agora relembra a busca de 30 horas em temperaturas muito baixas e terrenos perigosos para resgatar Joe Biden, em 2008, revela: “Não posso sair de casa. Estou muito assustado. Por favor, não me deixe para trás.”

Shawn O’Brien, um veterano de combate do exército que trabalhou com Aman Khalili, em 2008 no Afeganistão, fez também um apelo direto a Biden, em entrevista ao  mesmo jornal: “Se só pode ajudar um afegão, escolha-o. Ele merece.”