Uma tempestade solar de intensidade moderada (G2, numa escala de 1 a 5) está prevista para estas segunda e terça-feira, segundo a agência meteorológica norte-americana (NOAA, National Oceanic and Atmospheric Administration).

Como se forma a aurora?

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As partículas carregadas transportadas pelos ventos solares chegam à atmosfera terrestre (ou de outros planetas) e interagem com os átomos aí presentes. Quando as partículas colidem com átomos de oxigénio podem observar-se cores verdes ou vermelhas, enquanto que as colisões com átomos de azoto originam tons de azul e roxo.

As erupções de gases a altas temperaturas a partir da camada mais externa da atmosfera solar (ejeções de massa coronal) deverão incidir, sobretudo, sobre nos polos, mas a aurora poderá chegar a latitudes tão baixas como do estado de Nova Iorque ao de Washington ou até no Reino Unido — só é preciso que as nuvens não ocultem o espetáculo de luzes.

Há outros efeitos possíveis para esta tempestade geomagnética, que perturba o campo magnético da Terra (magnetosfera), como provocar flutuações na rede elétrica nas latitudes mais altas, perturbar as ondas de rádio ou causar irregularidades na orientação dos equipamentos no espaço.

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A internet universal será a principal vítima de uma futura grande tempestade solar

As ejeções a partir da coroa solar são comuns e, normalmente, sem grandes impactos na Terra. A preocupação, neste momento, é que até meados de 2025 se espera que a atividade solar aumente (como parte do ciclo de 11 anos) e, como tal, se formem mais tempestades e mais fortes.

As tempestades solares não constituem um perigo direto para os humanos e outros seres vivos na Terra — graças à proteção da atmosfera —, nem mesmo para os astronautas instalados na Estação Espacial Internacional, mas podem provocar prejuízos de muitos milhares de milhões de euros.

Uma tempestade solar como a que atingiu a Terra em 1859 (G5) poderia causar, no pior dos cenários, danos significativos no abastecimento de eletricidade e nas comunicações, incluindo internet — coisas que não eram um problema na altura, quando o telégrafo foi a principal vítima.

Pior, mesmo que a seja possível recuperar o fornecimento de energia em horas ou dias, a internet poderá continuar em baixo por muito mais tempo, prevê Sangeetha Abdu Jyothi, investigador na Universidade da Califórnia (Irvine), de acordo com um estudo apresentado na conferência SigComm dedicada à comunicação de dados.

O investigador aponta algumas das razões: a maior parte das infraestruturas estão no hemisfério norte, mais sujeito ao impacto da atividade solar, e os cabos submarinos, por serem muito mais longos que os terrestres, são mais vulneráveis.