Um, dois, quatro. Para quem pensava que as goleadas do Ajax na fase de grupos da Liga dos Campeões iam ficar circunscritas a Sporting e Besiktas, a receção do conjunto de Amesterdão ao B. Dortmund mostrou a verdadeira máquina ofensiva construída por Erik ten Hag numa versão 2.0 com mais golo da equipa que foi entretanto desmantelada em parte onde figuravam Frenkie de Jong, De Ligt, Van de Beek ou Ziyech. Assim, quase como exclusão de partes, o caminho era para novo triunfo dos neerlandeses na deslocação ao Westfalenstadion. Caso arrumado. Mas os sinais, esses, eram contrários a essa realidade.

Esperava-se equilíbrio, saiu goleada: Ajax soma terceiro “atropelamento” (agora com o B. Dortmund em Amesterdão)

Do lado do B. Dortmund, Marco Rose teve o mérito de estabilizar a equipa depois da lesão que irá tirar dos campos Erling Haaland durante “várias semanas”. É certo que as notícias do clube continuam a girar em torno do norueguês e de uma possível saída no próximo verão, com Volker Struth, agente do médio alemão Toni Kroos, a dizer que poderá ser um negócio entre os 250 e os 300 milhões entre a cláusula de rescisão, o ordenado por cinco anos e os prémios de assinatura para jogador e representantes. No entanto, e em campo, a equipa conseguiu uma série de três vitórias consecutivas que permite estar apenas a um ponto do líder Bayern na Bundesliga como seguir para a próxima eliminatória da Taça da Alemanha.

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Do lado do Ajax, que goleou o rival direto PSV por 5-0 na Eredivisie depois do terceiro triunfo na Liga dos Campeões, mantém uma média superior a três golos por jogo mas claudicou no passado fim de semana, não indo além de um nulo na visita ao modesto Heracles que permitiu a aproximação dos adversários PSV, Utrecht e Feyenoord na classificação mesmo jogando com Haller, Berghuis, Tadic, Antony e companhia de início numa fase em que existe a sensação de dejá vu em relação a anos passados com vários nomes da equipa dos Países Baixos a serem associados a clubes de maior dimensão na Europa.

A dúvida esta noite não passava pela qualidade das duas equipas ou pela postura ofensiva do Ajax mesmo depois de ter acabado o último jogo sem golos. A dúvida, isso sim, passava por perceber a capacidade do B. Dortmund assumir um encontro fundamental no apuramento para os oitavos e superar a ausência daquela que é a sua principal referência no ataque. Até certo ponto conseguiu mas, no segundo tempo, o facto de ter jogado mais de uma hora em inferioridade numérica acabou por pesar na reviravolta do Ajax, que viu Haller chegar ao sétimo golo nesta Champions e Antony abrir o livro com três assistências, em mais uma exibição que deixou o brasileiro no topo da Europa entra as grandes revelações da temporada.

Os germânicos entraram melhor na partida, com Hummels e Reus a terem boas oportunidades para o golo inaugural da partida, mas o primeiro grande lance da metade inicial chegaria com quase 30 minutos e que ainda agora continua a ser discutido: Hummels entrou de carrinho sobre Antony, o brasileiro deu várias cambalhotas para um lado e para outro, o árbitro mostrou o vermelho direto ao central mas as repetições mostraram o exagero de uma decisão que não foi revertida pelo VAR (29′). Mais uns minutos, mais uma decisão controversa que foi desta feita analisada de outra forma pelo vídeo-árbitro, neste caso para sancionar uma grande penalidade a favor do B. Dortmund que Reus converteu sem hipóteses (37′).

Mesmo com menos uma unidade, os germânicos tinham sido melhores durante toda a primeira parte e a troca forçada de Thorgan Hazard por Pongracic conseguira equilibrar a equipa perante um Ajax que voltou a ser uma sombra do que já conseguiu fazer. No entanto, a realidade após o descanso foi diametralmente oposta, com os neerlandeses a carregarem mais em termos ofensivos, a criarem várias oportunidades, a chegarem ao empate por Tadic (72′) e a terem depois mais chances para fecharem por completo as contas do apuramento esta noite antes de aparecer o suspeito do costume, Haller, a desviar de cabeça na área mais um assistência de Antony para a reviravolta no marcador que foi festejada… em Alvalade (83′) e que teria ainda mais um golo nos descontos de Klaassen após novo cruzamento do brasileiro (90+3′).