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Ronaldo foi, voltou e nem sequer mudou de camisola. Mas a Manchester que deixou não é a mesma Manchester que encontrou

Este artigo tem mais de 2 anos

12 anos depois, Ronaldo voltou aos dérbis de Manchester. Mas a cidade que deixou não é a que encontrou: United foi anulado pelo City, nunca teve hipótese e pode ficar a 11 pontos da liderança (0-2).

Manchester United v Manchester City - Premier League
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Bernardo Silva marcou o segundo golo da equipa de Guardiola mesmo em cima do intervalo

Getty Images

Bernardo Silva marcou o segundo golo da equipa de Guardiola mesmo em cima do intervalo

Getty Images

É preciso recuar até 2009, naturalmente, para encontrar o último dérbi de Manchester em que Cristiano Ronaldo participou. Foi a 10 de maio desse ano, apenas duas jornadas antes da equipa de Alex Ferguson conquistar mais uma Premier League, e aconteceu em Old Trafford. O Manchester United venceu um Manchester City que estava a anos-luz do atual, que tinha acabado de ser adquirido e cuja maior estrela era ainda Robinho. E Ronaldo, como não podia deixar de ser, marcou um dos dois golos do jogo.

Passou mais de uma década. Mais de 12 anos depois, Cristiano Ronaldo voltava ao dérbi de Manchester, também em Old Trafford, para encontrar uma dinâmica totalmente diferente: já não é o único português titular, os citizens têm conquistado muito mais títulos do que os red devils e o favoritismo, agora e ultimamente, cai quase por completo para o lado do City. Ainda assim, este sábado, as duas equipas chegavam à partida num momento aparentemente semelhante.

Se o Manchester United respondeu à goleada com o Liverpool ao bater o Tottenham mas sofreu muito para empatar sequer com a Atalanta na Liga dos Campeões, o Manchester City anulou o Club Brugge na Europa para esquecer a derrota com o Crystal Palace na Premier League. Ou seja, ambas as equipas precisavam de uma vitória, principalmente de uma vitória num dérbi, para encerrarem um capítulo e abrirem uma nova página. E se Cristiano Ronaldo ia sendo o destaque nos red devils, tendo já marcado nove golos desde que voltou a Inglaterra, nos citizens tem-se falado de outro português.

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“O Cancelo tem jogado incrivelmente bem durante toda a temporada. Claro que há coisas a melhorar… Sei da qualidade dele, sei dos altos e baixos, às vezes perde um pouco a concentração, mas tem muitas capacidades. É muito bom”, disse Guardiola sobre o lateral, durante a semana, logo depois de o português ter feito um hat-trick de assistências na goleada contra o Club Brugge. Ora, este sábado, tanto Ronaldo como Cancelo eram titulares, sendo que Bruno Fernandes e Bernardo Silva também começavam de início e Diogo Dalot estava no banco.

Sem Varane, que se lesionou na Liga dos Campeões, Pogba, que cumpria o segundo de três jogos de castigo depois da expulsão contra o Liverpool, e também Cavani, que se magoou frente ao Tottenham, Solskjaer apostava em Fred, McTominay e Bruno Fernandes no meio-campo e escolhia Greenwood ao invés de Rashford no apoio a Ronaldo. Do outro lado, Guardiola lançava Bernardo, Phil Foden e Gabriel Jesus no ataque e deixava Jack Grealish, Mahrez e Sterling no banco.

Na primeira parte, Harry Maguire até foi o primeiro a ter uma oportunidade de golo, ao cabecear por cima na sequência de um livre cobrado na esquerda (6′). Ainda assim, os instantes iniciais permitiram desde logo entender que seria o Manchester City a assumir a iniciativa do jogo com o controlo da posse de bola e a execução das dinâmicas ofensivas já no meio-campo adversário. Gündoğan teve a primeira ocasião dos citizens depois de um passe de Kyle Walker (7′) mas, na sequência do lance e na insistência, a equipa de Guardiola conseguiu mesmo abrir o marcador: João Cancelo surgiu na esquerda, cruzou para o primeiro poste e Bailly, com um desvio azarado, colocou a bola na própria baliza (7′).

Depois do golo, a superioridade do City intensificou-se. As diferenças sentiam-se principalmente nos corredores, já que o Manchester United atuava sem extremos de raiz e permitia as subidas de Cancelo ou Walker sem que ninguém aparecesse para realizar as dobras: Wan-Bissaka não tinha hipóteses frente a Foden, Greenwood tinha a incumbência de tapar Rodri, Ronaldo não recuava e Bruno Fernandes, no meio, era o responsável pelo apoio de um lado e do outro. Os citizens controlavam todas as ocorrências sem grandes sobressaltos e a única jogada de perigo do United apareceu por intermédio de Ronaldo, já perto da meia-hora, com o jogador português a atirar de primeira para defesa de Ederson depois de um cruzamento de Luke Shaw (26′).

Do outro lado, David De Gea ia adiando o dilatar da vantagem adversária. O guarda-redes espanhol impediu o golo de Foden com uma grande defesa (29′), parou um remate de longe de Cancelo logo depois (29′) e também não deixou que De Bruyne marcasse (34′). De Gea, porém, não conseguiu corrigir um erro monstruoso de Luke Shaw já em cima do intervalo: Bernardo jogou na esquerda em Cancelo, o lateral cruzou para o poste mais distante e o mesmo Bernardo, nas costas de toda a defesa, aproveitou a total passividade do inglês para aumentar a vantagem (45′). No final da primeira parte, o Manchester United tinha como único traço positivo o facto de estar a perder apenas por dois golos.

Na segunda parte, Solskjaer tirou Bailly e abdicou do sistema de três centrais para lançar Jadon Sancho, um bocadinho à semelhança do que havia feito contra a Atalanta na Liga dos Campeões depois de também ter ido a perder para o intervalo. O Manchester United regressou com as linhas mais subidas e os setores mais conectados, numa tentativa de implementar uma pressão mais alta e mais eficaz, e o Manchester City respondeu com uma posse de bola mais lenta e ponderada, claramente com o objetivo de adormecer o jogo e evitar com serenidade a tentativa de reação dos red devils.

A partida caiu claramente em qualidade no segundo tempo, praticamente sem aproximações à baliza e com uma inexistência de oportunidades, e Solskjaer voltou a mexer a 25 minutos do fim para lançar Rashford e tirar Greenwood, embora a equipa demonstrasse já alguma resignação e conformismo em relação ao resultado. Até ao fim, já muito pouco aconteceu — à exceção de uma boa oportunidade para Foden, que atirou ao lado depois de uma recuperação em zona adiantada (81′).

O Manchester United nunca teve hipóteses contra o Manchester City — que nem sequer fez qualquer alteração ao longo de 90 minutos –, somou a terceira derrota contra um dos principais rivais nas últimas quatro jornadas e pode já ficar a 11 pontos da liderança do Chelsea se os blues derrotarem o Burnley também este sábado. No dia em que voltou aos dérbis, Cristiano Ronaldo percebeu da pior forma que a cidade encontrou novos reis portugueses em Bernardo e Cancelo e a Manchester que deixou já não é a mesma. Mais do que isso, a cúpula do United vê-se agora com um problema: se Antonio Conte era a alternativa a Solskjaer mas foi para o Tottenham, quem poderá agora ser a alternativa a Solskjaer se o futuro passar pela saída do treinador?

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