A Stellantis definiu, logo após a oficialização da fusão da PSA com a Fiat Chrysler Automobiles, as três marcas do novo grupo automóvel que perseguiriam um posicionamento premium: DS, Alfa Romeo e Lancia. Surpreendeu particularmente esta última, pois há anos que está confinada apenas à venda de um modelo, o Ypsilon, e só na Itália. Mas, segundo avançou o CEO da marca italiana, Luca Napolitano, a Lancia está a preparar-se para novos voos além-fronteiras, sem contudo esquecer o popular utilitário que lhe tem mantido a pulsação. O Ypsilon vai ter direito a uma nova geração em 2024, como prelúdio da plena electrificação e como rampa de lançamento para o retorno da marca aos principais mercados europeus.

Áustria, Bélgica, França, Alemanha e Espanha serão os primeiros países onde a Lancia vai voltar a vender, sendo que o Reino Unido faz igualmente parte do lote de mercados prioritários, ainda que neste caso a entrada deva ser posterior a 2024, de acordo com as declarações de Luca Napolitano à Automotive News.

No plano estratégico que está em curso estão previstos três lançamentos, que arrancam com um novo modelo para o segmento B, completamente distinto do que está no mercado há quase uma década, inclusivamente no que respeita à motorização.

De momento, o Ypsilon que é comercializado em Itália dispõe apenas de uma ligeira electrificação, ao adoptar o mesmo sistema mild hybrid que equipa o Fiat Panda e o 500 equipados com o tricilíndrico a gasolina 1.0 de 70 cv. Mas a nova geração promete uma revolução técnica, apoiada pelo banco de órgãos da Stellantis. Ou seja, podemos esperar que a base seja a STLA Small, uma evolução da actual e-CMP que serve de plataforma às variantes eléctricas do Peugeot 208 e do Opel Corsa – arquitectura herdada da PSA e projectada originalmente para ser multienergia. No domínio estético, haverá igualmente alterações que estão sob a supervisão de Jean-Pierre Ploué, designer a quem foi confiada a missão de garantir produtos em linha com o desejado posicionamento mais refinado. Assim, o Ypsilon que vai surgir em 2024 será 100% eléctrico e, segundo Napolitano, vai procurar-se impor-se pela “elegância italiana”, com linhas “limpas e discretas, superfícies lisas e de grande qualidade”.

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Mas o novo Ypsilon, para ser viável comercialmente fora de portas, vai ter também de atrair um novo tipo de cliente. Agora, o seu preço (na casa dos 10.000€) atrai sobretudo mulheres na faixa dos 45 anos e sem filhos, mas Luca Napolitano quer diversificar o público-alvo. Por um lado, apostando nas vendas online – o que a marca já está a fazer em Itália -, por outro, garantindo showrooms próprios nas capitais europeias. Ao que diz, uma centena em cerca de 60 cidades.

Uma vez lançado o Ypsilon que vai “ressuscitar” a Lancia, a ofensiva de produto (exclusivamente a bateria) terá continuidade com um SUV compacto, previsto para 2026 e, dois anos depois, será a vez de introduzir o sucessor espiritual do Lancia Delta.