A pensar no desafio das cidades sustentáveis e inteligentes, e estando o tema em cima da mesa com a realização da COP26, a terceira edição da Eurekathon arranca esta sexta-feira e procura as soluções mais criativas dentro do tema, entre as várias equipas de estudantes e profissionais das áreas de Engenharia, Ciências, Business Analytics e Ciência de Dados. A proposta vencedora será implementada no futuro pela Câmara Municipal de Matosinhos e pelo CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto.

Criada há dois anos, a Eurekathon é uma competição organizada pela LTPlabs, Porto Business School e NOS e pretende arranjar soluções para problemas sociais, tendo como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e utilizando a ciência de dados como base. “As problemáticas climáticas e a neutralidade carbónica são temas que se têm vivido de muito perto”, explica Teresa Bianchi de Aguiar, senior manager na LTPlabs. Por isso, o tema da competição este ano está relacionado com a sustentabilidade: “Challenging Data for Sustainable Cities“.

Os participantes têm analisar os dados disponíveis de Matosinhos e apresentar ideias que permitam otimizar o funcionamento das cidades e perceber como é que, através da mobilidade, se consegue olhar para a neutralidade carbónica. “Tentamos pegar em desafios que digam alguma coisa ao país e à realidade que vivemos em cada momento”, acrescenta a responsável ao Observador. As soluções que se procuram este ano estão identificadas com três temáticas: a mobilidade pedestre, a micro-mobilidade elétrica (gestão, uso e melhoria do sistema de bicicletas elétricas e trotinetes) e ainda soluções para os transportes públicos em Matosinhos.

As duas edições anteriores da competição tiveram como temáticas o bem-estar e saúde social e a redução dos índices de fome. Até porque, sublinha Pedro Brandão, diretor de Mercado e Inteligência do Consumidor da NOS, a Eurekathon tem como principais características o facto de ser um concurso de ideias “que orienta a resolver problemas de natureza de desenvolvimento social” e, ao mesmo tempo, utiliza a ciência de dados para tentar encontrar soluções mais eficazes e adaptadas para estes problemas. 

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Pedro Brandão destaca o papel desta área da ciência de dados na competição: “Estamos continuamente ligados e criamos informação de uma maneira crescente, através dos nossos equipamentos, das aplicações que utilizamos. Existe uma oportunidade gigante de coletar e correlacionar toda esta informação, uma informação que tem grande magnitude, mas se for pouco tratada é manifestamente inútil. Quando tratada com técnicas de ciência de dados esta informação mostra capacidade de gerar conhecimento, gerar novas alternativas, transformação, evolução e evolução aplicada às cidades, ao seu desenvolvimento e a todo este contexto”.

Devido à pandemia de Covid-19, e à semelhança do que aconteceu no ano passado, a edição deste ano do Eurekathon realiza-se num formato semivirtual, com quatro etapas principais: o setup, que decorreu entre 8 e 11 de novembro; a competição, que decorre entre 12 e 14 de novembro; a seleção das equipas finalistas, entre 15 e 19 de novembro; e a partilha da Eureka, pelos cinco projetos mais promissores. A última etapa será presencial, no dia 20 de novembro, no terminal de cruzeiros do Porto de Leixões.

A competição, que este ano conta com cerca de 20 equipas, assenta em três principais compromissos: “A sustentabilidade e o desenvolvimento social; a tecnologia ao serviço das pessoas; e o compromisso que com o talento jovem e tecnológico”. Ao longo de todo o evento, as equipas (que podem ter seis membros no máximo) desenvolvem uma ideia para solucionar um problema real, relacionado com a temática de cada ano. Mas o processo não se fica apenas pela competição: os participantes podem realizar atividades complementares facultativas, como a participação em dinâmicas de quiz, talks e em sessões de mesas redondas.

Ao longo de todo o percurso há também uma equipa de mentores, com experiência na área, que têm como papel orientar e esclarecer os jovens participantes — desde as técnicas da ciência de dados à forma como as ideias devem ser contadas e explicadas. “Queremos chamar a atenção para a competição o talento jovem. Quer estudantes nestas áreas de ciência de dados e análise, quer depois também recém-licenciados que estão a dar os primeiros passos nas suas carreiras. Sempre colocamos como um eixo bastante relevante que eles consigam aprender e tirar alguma coisa da competição”, acrescenta Teresa Bianchi de Aguiar.

O vencedor da competição vai receber um prémio no valor de dois mil euros — dos quais 400 euros revertem para uma organização não-governamental à sua escolha. Já o segundo lugar recebe mil euros, revertendo 200 euros para estas instituições sem fins lucrativos, e o terceiro lugar contará com um prémio de 500 euros, ajudando com a quantia de 100 euros.