Com a meta traçada pela Organização Mundial da Saúde em mente — reduzir o consumo de tabaco em 30% até 2025 —, o Ministério da Saúde espanhol está a preparar um plano para limitar ainda mais o acesso dos cidadãos aos cigarros, convencionais ou eletrónicos. O documento, ainda em fase de esboço, foi avançado esta quarta-feira pela agência EFE e pelo El País, que revela que em cima da mesa estão medidas como a subida dos impostos, a eliminação dos logótipos das marcas nos maços de tabaco e a proibição de fumar numa série de espaços — incluindo no interior de carros privados.

“Espanha será uma vez mais pioneira, como já foi graças à alteração de 2010, oferecendo um reconhecimento especial de proteção em áreas sensíveis como são os parques infantis e zona limítrofes”, pode ler-se no Plano Integral de Prevenção e Controlo do Tabagismo 2021-2025, numa referência à última grande alteração legislativa implementada no país no que ao tema diz respeito.

Há onze anos passou a ser proibido fumar em locais públicos, espaços fechados como bares e restaurantes e, mesmo que ao ar livre, em hospitais e escolas. Agora, o objetivo será banir os cigarros de ainda mais lugares: por muito que o texto não seja claro sobre o que poderá acontecer nas esplanadas, diz o diário espanhol, dá a entender que algumas das medidas que foram implementadas durante a pandemia serão aplicadas no futuro — e uma das regras que algumas comunidades autónomas instituíram foi nada menos do que a proibição de fumar nestes espaços.

Enquanto isso, esta quinta-feira, na Nova Zelândia, foi anunciado um plano ainda mais ambicioso e que pretende, através do aumento sucessivo da idade legal para comprar cigarros, impedir que toda a população nascida depois de 2008 comece sequer a fumar. “Queremos garantir que os jovens nunca começam a fumar”, explicou a ministra adjunta da Saúde, Ayesha Verall, ao anunciar a nova lei, que deverá entrar em vigor já no próximo ano e que tem como objetivo eliminar o uso do tabaco no país até 2025.

Outra das medidas que deverão ser implementadas naquele país passa pela redução dos níveis de nicotina dos cigarros — mas aos dispositivos eletrónicos não deverão ser impostas, pelo menos para já, quaisquer limitações. “Vai ajudar as pessoas a parar de fumar ou a mudar para produtos menos nocivos, e tornar muito menos provável que os jovens se viciem em nicotina”, considerou Janet Hook, da Universidade de Otago, citada pela BBC. O número de estabelecimentos autorizados a vender este tipo de produtos também vai ser drasticamente reduzido, de cerca de oito milhares para menos de 500.

Bem mais radical do que o objetivo da OMS, que pretende uma diminuição de 30% dos fumadores face a 2010 em 2025, a Nova Zelândia quer que, nesse mesmo ano, apenas 5% da população seja fumadora. Neste momento, há cerca de 650 mil fumadores no país — 13% da população.

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