Carlos Tavares, o muito respeitado gestor português que liderou os destinos da PSA e agora dirige a Stellantis, tem sido um dos maiores detractores da troca de veículos com motores de combustão por outros com motores eléctricos alimentados por baterias. Ainda assim, as regras impostas pela União Europeia obrigam a que, mais cedo ou mais tarde, só os veículos com emissões zero possam ser comercializados nos países da União, o que significa eléctricos a bateria ou alimentados por fuel cells a hidrogénio.

Daí que não seja uma surpresa que todos os construtores que dependem, total ou parcialmente, das vendas de veículos no Velho Continente tenham tratado de adaptar-se à oferta de mais modelos eléctricos para baixar a média das emissões de dióxido de carbono (CO2), ou optado por vender exclusivamente veículos eléctricos a partir de 2030 (o que está longe de ser obrigatório para cumprir as normas de Bruxelas), ou em 2035, que deverá ser o limite para os motores de combustão, a serem aprovadas as propostas actuais.

Das 14 marcas da Stellantis, as que disputam o mercado europeu apenas vão comercializar veículos eléctricos a partir de 2030

Para surpresa de muitos, a Stellantis aposta no fim dos modelos com motores de combustão, a gasolina ou a gasóleo, já em 2030. A CEO da Peugeot, Linda Jackson, anunciou à Automotive News que todos os modelos da marca lançados a partir de 2030 serão 100% eléctricos. Pelo menos os destinados aos países da União, postura em que esta marca é acompanhada pelas restantes do grupo. Nos outros mercados, incluindo África, Ásia e América Latina, será necessário continuar a produzir veículos convencionais com motores a combustão, não só por uma questão de custos, mas também devido à ausência de uma rede de postos de carga.

Para acompanhar esta transição para os veículos eléctricos, a Stellantis aposta nas três plataformas específicas para eléctricos que está a desenvolver, a STLA Small, a Medium e a Large, que permitirão fabricar qualquer tipo de veículo a bateria, sejam eles utilitários, compactos, médios ou topo de gama, tanto em formato berlina como  SUV. Isto significa colocar de lado as actuais plataformas multienergia que, ao permitirem instalar mecânicas capazes de queimar combustíveis fósseis e motores eléctricos com baterias, não são o ideal nem para uns nem para outros.

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