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Uma bola para Vitinha, o brilho para os outros (a crónica do Vizela-FC Porto)

Este artigo tem mais de 2 anos

Luis Díaz e Otávio partilharam golos e assistências assentes na dinâmica de um FC Porto que goleou em Vizela e ganhou um maestro que é um destaque sem se destacar por saber sempre o que fazer (0-4).

Vitinha voltou a ser titular num esquema de 4x4x2 e destacou-se em diversos momentos do jogo na goleada portista em Vizela
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Vitinha voltou a ser titular num esquema de 4x4x2 e destacou-se em diversos momentos do jogo na goleada portista em Vizela

Vitinha voltou a ser titular num esquema de 4x4x2 e destacou-se em diversos momentos do jogo na goleada portista em Vizela

Recorde igualado de pontos à 14.ª jornada, com os mesmos 38 de Bobby Robson, António Oliveira e André Villas-Boas. Primeiro treinador a conseguiu nove ou mais vitórias consecutivas no Campeonato pelos azuis e brancos nos últimos 60 anos, repetindo o feito de Dorival Yustrich no final dos anos 50. Tudo no jogo 150 na Primeira Liga que realizou no comando dos dragões. Dificilmente Sérgio Conceição poderia retirar mais pontos positivos do último triunfo caseiro com o Sp. Braga, que permitiu manter a liderança partilhada da prova com o Sporting, mas esse acabaria por ser mesmo a última partida a comandar a equipa no banco até ao Natal. No primeiro teste, que em termos desportivos não contava nada (e levou à pior assistência de sempre no Dragão), o FC Porto venceu o Rio Ave por 1-0. Seguia-se uma deslocação a Vizela.

FC Porto goleia Vizela e regressa à liderança partilhada da Liga antes do clássico para a Taça de Portugal

Depois de uma série de dez jogos consecutivos sem vitórias na Primeira Liga, entre partidas onde a equipa só cedeu nos descontos (como aconteceu com o Benfica, que ganhou com um golo de Rafa aos 90+8′), os comandados de Álvaro Pacheco quebraram na última jornada o registo e voltaram a vencer quase quatro meses depois, ganhando um outro ânimo para a receção dos azuis e brancos que, além da ausência do seu treinador principal, tentavam ainda recuperar outros lesionados como Pepe, Wendell ou Evanilson. No entanto, era sobretudo por si e contra si que o FC Porto jogava. E com melhorias e fragilidades em relação aos últimos encontros e até ao que se passou na derradeira época que voltariam a estar à prova.

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No polo positivo, e mesmo numa temporada particularmente conturbada a nível de lesões e castigos no setor, os dragões conseguiram recuperar uma estabilidade defensiva que em 2020/21 esteve ausente em longos períodos. Um exemplo prático: o FC Porto entrava na 15.ª jornada com apenas oito golos sofridos (um nas últimas quatro rondas), contra 17 que levava há um ano. No polo a melhorar, e mesmo tendo em conta que só não é o melhor ataque da Liga devido ao “jogo fantasma” do Benfica no Jamor com os nove elementos do Belenenses SAD, os avançados continuavam a sua seca de golos entre Taremi, Evanilson e Toni Martínez, havendo sobretudo um super Luis Díaz para “apagar” os problemas.

Nesse sentido, a grande dúvida inicial prendia-se com a opção para o encontro que seria preparada por Sérgio Conceição e interpretada pelos jogadores e pelo adjunto Vítor Bruno, até agora 100% vitorioso nos jogos em que dirigiu a equipa como principal: voltava o 4x4x2 com dois avançados na frente, mantinha-se o 4x3x3 da última partida com o Sp. Braga ou havia um 4x4x2 com Vitinha mais solto como uma espécie de falso número 10 nas costas da referência atacante? Até uma hora antes, até pela condição física de alguns elementos, ninguém sabia. Mas havia uma certeza: seria de novo um conjunto de Vitinha mais dez.

Luis Díaz, por ser a ameaça do costume e continuar a fazer aquilo que os avançados não conseguem (golos), voltou a ser um dos principais protagonistas a par de Otávio, com uma exibição bem acima das que fez nos últimos encontros com uma assistência e um golo para o 2-0 que se registava ao intervalo. E, de forma inevitável, são eles que recolherão os holofotes dos elogios, das capas de jornais e das imagens da goleada dos portistas em Vizela. No entanto, e tal como acontecera diante do Sp. Braga, o médio voltou a ser uma espécie de herói secundário que alimentou os atores principais com aquilo que a equipa mais precisava em casa momento, sendo o jogador com mais ações defensivas dos dragões na primeira parte e o dínamo para empurrar a sua formação para a frente quando tudo estava resolvido. Com ou sem bola, em 4x4x2 ou 4x3x3, o número 20 veio para ficar e todos na equipa acabam por melhorar com isso.

Ficha de jogo

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Vizela-FC Porto, 0-4

15.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do FC Vizela, em Vizela

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)

Vizela: Charles; Koffi (Igor Julião, 88′), Bruno Wilson, Aidara, Ofori; Marcos Paulo, Zag (Mendez, 78′), Samu (Raphael Guzzo, 88′); Kiko Bondoso (Cassiano, 83′), Zohi (Nuno Moreira, 46′) e Schettine

Suplentes não utilizados: Pedro Silva, Kiki, Tomás Silva e Francis Cann

Treinador: Álvaro Pacheco

FC Porto: Diogo Costa; João Mário, Mbemba, Fábio Cardoso, Zaidu (Wendell, 75′); Uribe (Sérgio Oliveira, 75′), Vitinha (Bruno Costa, 82′); Otávio (Fábio Vieira, 58′), Luis Díaz (Corona, 58′); Taremi e Evanilson

Suplentes não utilizados: Marchesín, João Marcelo, Pepê e Toni Martínez

Treinador: Vítor Bruno (em vez de Sérgio Conceição, castigado)

Golos: Luis Díaz (14′), Otávio (19′), Zaidu (47′) e Samu (64′, p.b.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Zohi (39′) e Corona (62′); cartão vermelho a Schettine (52′)

Os dragões não demoraram a assumir o jogo e a colocá-lo a jeito para fazer o que mais gosta quando a equipa se encontra mais solta e confiante: controlo com bola, exploração do espaço entre linhas, muitas movimentações diagonais nas unidades que começavam nas alas, pressão alta com uma reação forte à perda que remetia o Vizela praticamente ao seu meio-campo e sem saída. Faltavam apenas os lances de perigo junto da área para materializar esse domínio, que chegaram logo em versão dupla ainda no quarto de hora inicial: na sequência de um fantástico passe de calcanhar de Taremi que tirou os centrais contrários do lance, Luis Díaz atirou ao lado em boa posição na área (11′) mas não perdoou na oportunidade que se seguiu, recebendo descaído na esquerda um grande passe de Otávio em zona central para fazer a diagonal, deixar o adversário direto por terra e rematar cruzado para o golo inaugural dos dragões (14′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Vizela-FC Porto em vídeo]

O colombiano voltou a ser o desbloqueador de serviço, marcando o 12.º golo na Primeira Liga em apenas 15 jornadas, 14.º no total de todas as competições (igualando em dezembro o melhor registo numa época nos portistas, em 2019/20), e disfarçando o corte de relações dos avançados com as balizas, neste caso com Taremi a falhar por duas ocasiões o segundo golo por mérito de Charles (16′) e por um pontapé no ar em boa posição na área (17′). No entanto, quase como uma prova de que os avançado do futebol moderno não se podem resumir apenas aos golos, foi o iraniano que iniciou o lance do segundo golo, num passe longo para Luis Díaz que voltou a ganhar pela esquerda e assistiu Otávio para o 2-0 na passada (19′).

Sem que o Vizela tivesse conseguido qualquer aproximação com perigo à baliza de Diogo Costa, o FC Porto chegava a meio do primeiro tempo com dois golos de vantagem e com possibilidades de aumentar ainda mais esse avanço, neste caso com Charles a evitar mais um do endiabrado Luis Díaz. Ao contrário do que aconteceu por exemplo com o Benfica, o conjunto de Álvaro Pacheco mostrou-se sempre organizado mas foi caindo nas “rasteiras” que a forma de jogar dos azuis e brancos iam provocando, tendo apenas um lance de maior perigo até ao intervalo numa jogada de Zohi da direita para o meio com remate para grande defesa de Diogo Costa com uma mão, a dois tempos, já no primeiro minuto de descontos do jogo.

Também pelo cartão amarelo que tinha visto no primeiro tempo, Zohi foi preterido para a entrada de Nuno Moreira, numa tentativa do Vizela em dar outra dinâmica à ala esquerda e “prender” João Mário mais em ações defensivas perante as constantes subidas do lateral com o deslocamento de Otávio para o corredor central em zona criativa. No entanto, e se na teoria a ideia fazia sentido, a prática trouxe uma realidade bem diferente num par de minutos que fecharam em definitivo as contas da partida: Zaidu correu mais de meio campo pelo lado esquerdo, entrou na área e disparou uma bomba cruzada para o 3-0 (47′); Nuno Moreira trabalhou bem pela esquerda, cruzou largo e o cabeceamento de Kiko Bondoso foi desviado por Diogo Costa para o poste (50′); no seguimento do lance, e na tentativa de fazer a recarga, Schettine atingiu com a sola o tronco do guarda-redes portista e, após análise de Hélder Malheiro e do VAR, foi expulso (52′).

Ainda antes dos 60′, Vítor Bruno abdicou de Otávio e Luis Díaz e lançou em campo Corona e Fábio Vieira, naquela que foi uma clara mensagem para a equipa de que o jogo estava mais do que fechado e que todas as atenções já recaíam no clássico de quinta-feira para a Taça de Portugal com o Benfica, mas nem por isso o FC Porto deixou de ter a postura dominadora no encontro muito por “culpa” de Vitinha, o elemento que continuava a levar jogo para a frente, que assistiu Evanilson para um remate desenquadrado e que marcou o canto na esquerda do ataque que levou ao desvio para a própria baliza de Samu (64′). Taremi, num desvio na pequena área, ainda voltou a ameaçar o golo mas o resultado estava fechado em 4-0.

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