Estradas cortadas, enchentes nas paragens, atos de vandalismo, destruição e a detenção de 17 pessoas marcaram esta segunda-feira as primeiras horas da paralisação dos taxistas na cidade de Luanda, com destaque para o distrito de Benfica onde foi incendiado o comité distrital do MPLA.

O porta-voz das autoridades angolanas, Nestor Goubel disse, em declarações à Lusa, que a situação está controlada e a circulação rodoviária, que se encontrava impedida naquela zona, foi retomada.

“O trânsito já se faz com toda a normalidade. Nesta altura estão 17 indivíduos detidos, inclusive o autor moral, que era o cabecilha que estava a instigar, a fomentar ali as pessoas para que impedissem a retoma dos táxis”, referiu.

Segundo contou à Lusa o jornalista António Sacuvaia, pelas 06h00 eram visíveis nos bairros dos Zangos 2 e 3 e no Cacuaco, “paragens apinhadas” e filas de táxis azuis e brancos, transportes coletivos também conhecidos como “quadradinhos” e “candongueiros, esta segunda-feira parados devido à greve convocada por três associações de taxistas.

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Sacuvaia relatou que alguns taxistas impediram outros colegas de trabalhar e alguns “lotadores” (jovens que se encarregam de lotar o táxi e preencher todos os lugares disponíveis) foram ameaçados e forçados a partir vidros e furar pneus das viaturas para que estas não pudessem circular.

Vídeos e fotografias postas a circular nas redes sociais mostram um cenário caótico em alguns pontos da cidade, com destaque para o que se vive no distrito urbano de Benfica, mais afastado do centro da cidade, onde um grupo de jovens incendiou bandeiras do MPLA e o edifício do comité distrital do partido que governa Angola há 46 anos.

Os vídeos mostram também estradas cortadas pela população com “zungueiras” (vendedoras ambulantes”) e jovens a impedir a circulação de autocarros e automóveis.

A paralisação foi convocada pela Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) Associação dos Taxistas de Angola e Associação dos Taxistas de Luanda e estende-se a nove províncias do país.

Os taxistas queixam-se do excesso de zelo dos agentes policiais de que são alvo e do mau estado das estradas e exigem profissionalização da atividade e formalização do anúncio do regresso à lotação a 100% dos transportes coletivos, feito na sexta-feira passada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado.