Na manhã de 29 de dezembro, a população da cidade de Hamilton, em Ontario, acordou para se aperceber de que, durante a noite, tinham chovido feijões de soja.

A história é contada pelo The Guardian. Adrienne Van Halem estava a sair de casa para passear o cão quando se deparou com carros, casas e alpendres cobertos por cascas de soja. “Assustou-me por não ser normal, obviamente. Estava tudo nojento, sujo e foi surpreendente terem chovido cascas”, disse a mulher de 35 anos à CBC.

Adrienne partilhou o que viu na rede social Reddit e questionou quem deveria contactar para resolver a situação.

Soybean skins on my car/neighborhood? from Hamilton

Nos comentários à publicação, vários utilizadores aconselharam Adrienne a contactar a Bunge, uma fábrica de processamento de sementes para produção de óleo e molhos alimentares.

Depois do contacto, a empresa norte-americana deixou uma mensagem a assumir a culpa, reportando uma avaria num dos filtros da fábrica. “Apesar de as cascas não serem um risco de segurança ou saúde para a comunidade ou para os funcionários da empresa, percebemos que os resíduos expelidos sejam incómodos”, assumiu Deb Seidel, porta-voz da Bunge, à CBC.

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Van Halem revelou que recebeu um vale oferecido pela empresa para limpeza do seu carro — e o mesmo aconteceu com todos os que foram afetados. “Aprecio o gesto porque a minha viatura continua suja, mas percebo que esta é uma das realidades ao viver numa área semi-industrial”.

Tanto a mulher como o seu marido estavam conscientes de que os locais onde existe atividade de processamento de comida têm um histórico deste tipo de situações. Em 2020, uma fábrica largou açúcar, acidentalmente, num dos bairros.

O desconhecimento da situação por parte da empresa até ter sido alertada para isso suscitou bastantes críticas de Lynda Lukasik, directora-executiva de um grupo ambiental de Hamilton. “Se foram tantos os feijões a voar das instalações, aterraram na vizinhança e eles não faziam ideia, isso preocupa-me bastante“, afirmou.