O Nápoles sempre foi um clube de mitos. Na década de 60, com a baliza resguardada por Dino Zoff, Antonio Juliano era o líder de uma equipa que ficou a três pontos de ganhar a Serie A. Nos anos 80, Diego Armando Maradona tomou a cidade e o clube de assalto e foi o principal responsável pela conquista de duas ligas italianas e da Taça UEFA. Já no século XXI e ao longo de 12 anos, Marek Hamšík tornou-se um ídolo e o recordista de jogos com 408 partidas disputadas. Quando o esloveno saiu, o vazio foi ocupado por Insigne e Mertens.

Neste mercado de inverno, tal como aconteceu com Juliano, Maradona e Hamšík, Insigne anunciou que vai deixar o Nápoles. Aos 30 anos, com uma ligação de mais de uma década ao clube, assinou com o Toronto FC e vai rumar a custo zero para a MLS no final da temporada. Para trás, fica a cidade, a equipa e Mertens — que, ao contrário do colega de muitos anos e apesar de também estar a terminar contrato, quer ficar em Itália.

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“Esta é a minha casa. Não quero dinheiro, esta cidade é suficiente para mim”, disse o avançado de 34 anos em entrevista ao Corriere dello Sport. “Estou aqui, tenho contrato e o clube tem a opção de o prolongar. Sei que existem dois caminhos e um deles é dizer adeus. Também sei que quando esse dia chegar, todos os Mertens vão chorar. Sou feliz aqui e a minha família também. Mas tenho de ser realista: o Nápoles pode já não precisar de mim. Espero que não seja para já mas, se acontecer, estenderei a mão às pessoas como forma de agradecimento pela oportunidade que me deram”, acrescentou Mertens, que desde 2013 leva 143 golos e 88 assistências em 381 jogos, tendo já superado Hamšík para se tornar o melhor marcador da história do clube.

Em jeito de brincadeira, o internacional belga até ofereceu uma solução aos napolitanos: inscrever o filho para abater os eventuais custos de um substituto. “Se marcar muitos golos, vão ser obrigados a manter-me. Quantos mais golos marcar, mais vão perceber que vale a pena contar comigo. Mas tenho um trunfo na manga… Em vez de andarem a gastar dinheiro à procura de que apareça um novo avançado, dou-lhes a oportunidade de inscrever o meu filho. Teriam um jovem atacante com uma longa carreira pela frente. E eu não teria de renunciar nem à casa nem ao Nápoles”, terminou Mertens, que esta época leva oito golos em 21 jogos.

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