Mate Rimac, o fundador da Rimac e que hoje é igualmente o responsável pela Bugatti, afirmou que o sucessor do Chiron vai continuar a recorrer a um motor de combustão a gasolina. Isso tem duas implicações directas, ambas positivas. Por um lado, significa que o magnífico Chiron vai ter um digno substituto, garantindo que a Bugatti vai continuar a produzir modelos que misturam de forma perfeita potência, luxo e uma história recheada de sucessos, fruto do espírito criativo do fundador do construtor francês, Ettore Bugatti.
Por outro lado, as palavras de Mate Rimac querem igualmente dizer que, pelo menos por mais uma geração, vamos continuar a ter um hiperdesportivo equipado com o mais complexo e nobre motor jamais produzido pela indústria automóvel, uma unidade com 16 cilindros dispostos em W, quatro turbocompressores, oito litros de capacidade e uma potência que oscila entre 1500 e 1600 cv. Isto para as versões homologadas para circular em estrada, pois o Bolide, só para pista, roça os 1824 cv.
Para Mate Rimac, os hiperdesportivos devem ser eléctricos, como o prova o facto de os seus primeiros modelos, o Concept One e o Nevera, extraírem 1241 cv e 1914 cv, respectivamente. O Rimac mais recente, o Nevera, além da maior potência, consegue ainda alcançar 412 km/h e ir de 0-100 km/h nuns impressionantes 1,97 segundos, o que faz dele o carro mais rápido do mundo.
Mas Rimac é sobretudo um amante de automóveis, pelo que não adianta (para já) converter a Bugatti num fabricante de veículos eléctricos, descartando por completo o imponente motor W16 a gasolina. Tanto mais que se muitos clientes da marca francesa não se importariam de dar o salto, já hoje, para as motorizações eléctricas, a maioria continua a preferir o roncar e a nobreza do W16.
Mas a afirmação do novo responsável pela Bugatti pode não significar necessariamente que o sucessor do Chiron recorrerá apenas a um motor de combustão. Rimac pode estar a esconder o jogo e a preparar-se para ajudar o sucessor do Chiron a elevar a potência máxima com a ajuda de um motor eléctrico.
Sucede que Mate Rimac domina igualmente uma solução tecnológica que podia servir às mil maravilhas no próximo Bugatti. Referimo-nos ao sistema Kers, similar ao que a empresa croata fornece para a Fórmula 1 e até para o Valkyrie da Aston Martin. Isto permitiria ao próximo Chiron incrementar a potência total e, ainda assim, deslocar-se em modo eléctrico durantes curtos períodos. Veja aqui a apresentação completa: