Diogo Pacheco Amorim — dirigente e deputado do Chega que foi proposto pelo partido para ser vice-presidente da Assembleia da República e que a esquerda promete vetar nesse cargo — disse esta segunda-feira na Rádio Observador que os portugueses têm uma cor: “A nossa cor, nós de origem… a nossa cor de origem é a cor branca, todos nós sabemos” e “a nossa raça é a raça caucasiana“.

Diogo Pacheco Amorim — que tem sido acusado de racismo, entre várias outras acusações — respondia sobre um artigo de opinião que escreveu, no final de 2019, numa plataforma do Chega e em que defendia que, ao país, são “bem-vindos os de todas as raças desde que respeitem a nossa raça. Bem-vindos os de todas as cores, desde que respeitem a nossa cor”.

Pacheco Amorim referiu também, no programa Explicador da Rádio Observador — que “há raças distintas e cores distintas” e prosseguiu ao dizer que isso “não implica qualquer superioridade de uma em relação a outra, o que implica é que tem de haver respeito mútuo”.

“Nós, a partir do século XVI, quando nos espalhámos pelo mundo inteiro fomos um exemplo de convivência entre todas as raças e entre todas as cores. Tivemos, temos e mantemos isso. Se eu for viver para qualquer lado, de uma raça distinta ou cor distinta respeitarei os seus princípios, as suas tradições e a sua maneira de viver”, referiu.

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O dirigente do Chega argumentou também que o Chega “respeita qualquer cor”, que “deve haver um respeito evidente de todas as cores” e aproveita para atacar a visão da esquerda sobre o assunto. “O respeito não é por exemplo esta questão que hoje se levanta e que, aliás, Mamadou Ba tem levantado de dizer que não há racismo preto ou negro e que há racismo branco. O racismo é muito mal-vindo seja qual for a origem desse racismo e nós entendemos como tal”, explicou.

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Diogo Pacheco Amorim defendeu que há “leituras desvirtuadas do discurso do líder” do Chega devido a temas como o racismo, xenofobia, misoginia ou homofobia. “O que marca o partido e as balizas do partido é o programa”, assegurou, frisando que “não há qualquer desrespeito por qualquer minoria”.

“Nós entendemos é que não pode haver discriminações positivas ou negativas, seja minoria ou maioria. O facto de ser uma minoria ou maioria não implica qualquer respeito. Minorias e maiorias têm obrigação constitucional de se respeitarem umas às outras”, reforçou o dirigente do Chega.

André Ventura: “Que a nossa raça é a caucasiana é indubitável”

Questionado na CNN Portugal sobre as declarações de Diogo Pacheco Amorim, André Ventura começou por tentar fugir ao assunto, mas acabou por dizer que a “raça caucasiana” dos portugueses “é indubitável”.

“A nossa raça caucasiana é indubitável. Há uma matriz que nos identifica e não devemos ter vergonha dela, foi o que sempre disse”, apontou defendendo um dos homens fortes do partido: “Nunca teve qualquer manifestação de racismo, nem de dizer que em Portugal só cabem brancos ou negros ou os que que raça sejam”.

“Não ouvi as declarações, mas de certeza que não quis dizer que na Europa só podem ser admitidas pessoas de raça branca”, tentou escudar Ventura.