“Nove jogadores de fora é muito. Qualquer equipa estaria em apuros nestas circunstâncias e nós não somos diferentes. Nem vou conseguir colocar um banco de suplentes completo. Lamento mas também terei de ‘destruir’ metade da equipa de juniores, que joga amanhã [sábado] contra o AC Milan, para colocar muitos deles no banco connosco”. Entre castigos, lesões e quatro casos positivos de Covid-19 não revelados, José Mourinho iria enfrentar a tentativa de regresso às vitórias com muitas baixas à mistura sabendo que, após o empate resgatado nos descontos frente ao Sassuolo, a margem de erro para manter ainda esse sonho dos quatro primeiros lugares da Serie A era quase nula. Pior: pela frente estaria um Hellas Verona que aplicou a primeira derrota do português no comando dos romanos, algo que passava ao lado na análise ao jogo.
“Não penso em coisas como essa. O Verona é uma equipa muito boa e será um jogo duro, tal como da última vez. Também foi duro para eles, tiveram de lutar para conseguir a vitória. Igor Tudor é um bom treinador que acredita no estilo de jogo e o plantel responde realmente bem. Espero, no entanto, que seja duro para eles. Apesar de termos nove jogadores em falta, o que colocaria qualquer equipa em apuros, e de não termos demasiados resultados para realmente despertar os adeptos, é incrível pensar que o estádio voltará a estar lotado”, referira aos meios do clube Mourinho, que abordou também o momento menos conseguido.
“Posição da administração perante os rumores? Não sei se sou um grande comunicador. Sei que sou suficientemente inteligente para não mostrar nada a não ser total respeito para com os proprietários do clube. Quando é que um treinador pode dizer aos proprietários o que fazer? Quem sou eu para dizer algo aos donos? Só tenho respeito, tanto pessoal como profissional, pela família Friedkin. Pessoalmente, existe uma relação com eles e, em privado, podemos trocar ideias e opiniões sobre as coisas. Obviamente, no mundo dos negócios, não sou nada comparado com eles. Mas no mundo do futebol já adquiri experiência suficiente e eles são suficientemente humildes para me ouvirem”, acrescentara, antes de abordar também a experiência europeia que foi ganhando na carreira numa fase em que disputa a Conference League.
“Consegui estar em mais de 150 jogos da Liga dos Campeões, sou muito privilegiado por isso. Não posso chorar agora porque não estamos a jogar na Liga dos Campeões. Por isso, não, não sinto nostalgia. Estive envolvido em muitos grandes jogos da Liga dos Campeões ao longo dos anos”, recordou. Agora, já não está. E os resultados na Roma também não ajudam a isso porque se é verdade que os giallorossi estiveram melhor no segundo tempo, a primeira parte foi demasiado má e pode permitir que as distâncias aumentem depois do terceiro empate consecutivo (segundo em casa) e a quarta partida sem vencer na Serie A.
You know what we’ve been missing today? A Jose Mourinho red card ???? pic.twitter.com/51nus5Ub8b
— FreeBets Football (@FreeBetsFooty) February 19, 2022
Não foi preciso esperar muito para se ver o primeiro golo num Olímpico de novo bem composto de público mas para os visitantes, num lance em que Faraoni aproveitou da melhor forma um buraco no espaço entre central e lateral à direita, cruzou tenso para um desvio de Rui Patrício para a frente e Barák encostou para o 1-0 (5′). A Roma ainda tentou reagir, conseguiu duas boas aproximações tentando procurar a referência Tammy Abraham, mas o Verona dominava o jogo no corredor central e foi a partir daí que aumentou para 2-0, numa jogada coletiva fantástica com assistência de Caprari para Tameze fuzilar na área (20′). A equipa da casa, que contava apenas um remate perigoso de Pellegrini, andava completamente perdida em campo e só não foi pior porque o avançado Giovanni Simeone viu mais um golo anulado por fora de jogo (32′).
[Clique nas imagens para ver os golos do Roma-Verona em vídeo]
O intervalo voltou a trazer a saída de Sérgio Oliveira com a de Viña para as entradas de Veretout e Zalewski, com Mourinho a querer mudar desde início as dinâmicas da equipa para conseguir criar mais perigo junto da baliza do Verona onde Montipo foi pouco mais do que um espectador – o que explicava também os assobios quando as equipas recolheram ao balneário. Todavia, seria um outro suplente, o médio australiano Cristian Volpato, a marcar numa segunda bola após canto de pé esquerdo naquele que era apenas o segundo jogo na Serie A depois de ter feito um minuto com o Inter (65′). A 25 minutos do final, o encontro ganhava um segundo fôlego com os adeptos da casa a puxarem também pela equipa e a ficarem à beira de um ataque de nervos perante as constantes queixas físicas dos jogadores do Verona no relvado antes das substituições.
18 year old Cristian Volpato needed only 3 minutes to score his 1st goal for Roma????????
Another young talent starting to show his talent under José Mourinho. pic.twitter.com/Zyj6s2v1Xe
— Iconic Mourinho???????? (@Iconic_Mourinho) February 19, 2022
A história não tinha mesmo chegado ao fim e foi mais um miúdo que fazia a estreia na Serie A (apesar de te estado presente numa partida da Conference League), Edoardo Bove, a fazer mesmo o empate a seis minutos do final, de novo conseguindo receber numa segunda bola após canto para colocar no buraco da agulha sem que Montipo tivesse sequer reação (84′). Com o Verona de rastos e sem capacidade para esticar de novo o jogo como tão bem tinha feito na primeira parte, era a Roma que apostava tudo na reviravolta mesmo sem Mourinho no banco, expulso por protestos após ver apenas quatro minutos de descontos na placa, mas o forcing final já não conseguiu chegar ao regresso aos triunfos apesar da boa resposta no segundo tempo.
Roma’s two goalscorers against Verona have a combined age of 37:
◉ Cristian Volpato (18)
◉ Edoardo Bove (19)The kids are alright. pic.twitter.com/gASMTIZB2k
— Squawka Football (@Squawka) February 19, 2022