Pelo menos 100.000 pessoas já abandonaram as suas casas na Ucrânia devido à invasão iniciada esta quinta-feira pela Rússia e vários milhares cruzaram as fronteiras rumo a países vizinhos, segundo dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

Após o primeiro dia da intervenção militar russa na Ucrânia, ainda é difícil monitorizar os movimentos populacionais, que neste momento ocorrem “de forma esporádica e imprevisível“, destacou a porta-voz do ACNUR, Shabia Montoo.

A mesma fonte, citada pela agência EFE, acrescentou que esta agência da ONU reforçou as suas operações na Ucrânia e países vizinhos, e que pode mobilizar ainda mais pessoal na região caso continue a escalada do conflito.

O alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, já tinha apelado esta quinta-feira aos países vizinhos da Ucrânia para manterem “as suas fronteiras abertas para aqueles que procuram segurança e proteção”.

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Estamos seriamente preocupados com a rápida deterioração da situação e a ação militar em curso na Ucrânia”, afirmou esta quinta-feira, em comunicado, acrescentando que “as consequências humanitárias para as populações civis serão devastadoras”.

Segundo reiterou, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) “está a trabalhar com as autoridades, a ONU e outros parceiros na Ucrânia e está pronto para fornecer assistência humanitária sempre que necessário e possível“.

Cidadãos ucranianos já começaram a procurar refúgio na Roménia, Hungria ou Eslováquia devido ao ataque russo ao seu território.

Segundo o governo ucraniano, desde o início da crise na Crimeia e no Donbass, em 2014, registaram-se 1,5 milhões de deslocados internos no país.

A Rússia lançou esta quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus “resultados” e “relevância”.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.