Os serviços de informações norte-americanos consideram que o Presidente russo, Vladimir Putin, não terá mandado matar diretamente o seu principal opositor, Alexei Navalny, que morreu no passado dia 16 de fevereiro numa colónia penal no Ártico. Segundo uma investigação do Wall Street Journal publicada este sábado, vários departamentos das secretas dos Estados Unidos continuam a culpabilizar o Chefe de Estado russo, uma vez que o dissidente foi preso em condições precárias e isso terá influenciado a data da sua morte.

Os Estados Unidos partilharam estas informações confidenciais com vários aliados europeus, mas alguns duvidiram e mantêm a tese que Vladimir Putin terá estado envolvido diretamente na morte de Alexei Navalny. Tendo em conta que a Rússia é um país cada vez autocrático, não faria sentido que o Presidente russo não fosse avisado de antemão da morte do seu principal opositor.

Os aliados de Alexei Navalny também não acreditam nas revelações dos serviços norte-americanos. Leonid Volkov, um aliado do opositor russo que foi recentemente atacado com um martelo na Lituânia, citado pelo Wall Street Journal, não concorda com a visão dos Estados Unidos: “Claramente não entendem nada sobre como a Rússia moderna funciona. A ideia de Putin não ter sido informado e de não ter aprovado a morte de Navalny é ridícula”. 

Para apurar se o Presidente russo terá ordenado a morte de Alexei Navalny, os serviços secretos recolheram várias informações, incluindo algumas confidenciais. No entanto, também analisaram o timing de quando o maior opositor ao regime morreu. A 16 de fevereiro, a Rússia estava em pré-campanha eleitoral e a morte do principal dissente poderia colocar as presidenciais, que Vladimir Putin venceu com 87% dos votos, em segundo plano.

Ao Wall Street Journal, fontes dos serviços secretos nunca revelaram se os Estados Unidos apuraram a causa da morte de Alexei Navalny. E nem sequer é claro se existe outra versão para a morte do opositor russo.

Em reação à investigação, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que leu o artigo do Wall Street Journal, mas desvalorizou o seu teor: “É especualção vazia”. “Vi o artigo e não diria que é material de qualidade que mereça atenção.”

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