Estádio da Luz, Benfica-V. Guimarães, minuto 62. Com os encarnados a vencer já por três golos de diferença, Nélson Veríssimo tirou Darwin e lançou Yaremchuk. O avançado ucraniano, que já tinha sido aplaudido durante o aquecimento, foi ovacionado pelas bancadas, onde surgiram bandeiras, cartazes e mensagens que pediam o fim da guerra na Ucrânia, e acabou por receber a braçadeira de capitão das mãos de Vertonghen. Um momento simbólico, que deixou Yaremchuk com as lágrimas nos olhos e que só teria ficado ainda mais bonito com um golo que a equipa bem tentou oferecer mas que o avançado não conseguiu alcançar.

Na flash interview, depois de já ter abordado o assunto na antevisão da partida — principalmente na sequência do festejo de Yaremchuk contra o Ajax, quando mostrou uma camisola com o símbolo nacional ucraniano –, Nélson Veríssimo voltou a sublinhar a complexidade do momento que o avançado está a atravessar. “Foi um momento simbólico, vêm à memória todos estes dias de guerra na Ucrânia. É lamentável, ao fim ao cabo é algo que nos choca, que vivemos de longe mas que toca. Foi um momento simbólico, a favor da paz. Não é ninguém contra ninguém, nós queremos é que haja tréguas e que, em breve, a paz possa existir na Ucrânia. Temos de dar o nosso contributo e tentar que aconteça o mais rapidamente possível”, afirmou o treinador encarnado.

Com a vitória clara frente ao V. Guimarães, o Benfica aproveitou o empate do Sporting na Madeira com o Marítimo e encurtou para quatro pontos a distância para o segundo lugar dos leões. Os encarnados voltaram aos triunfos no Campeonato depois do empate no Bessa com o Boavista, não terminavam um jogo sem sofrer golos há mais de um mês e alcançaram mesmo o melhor resultado desde que Veríssimo assumiu o comando técnico da equipa no final de 2021. Sobre a partida, o treinador destacou a “vitória justa contra uma boa equipa, bem treinada”.

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“Não podíamos cair na tentação de olhar para os resultados recentes do V. Guimarães, porque sabíamos que pelo meio tinham conseguido bons resultados contra o Sp. Braga e o Estoril. Tínhamos de abordar o jogo da mesma forma como fizemos com o Ajax. Naturalmente, sentiu-se alguma fadiga neste jogo, especialmente na parte inicial. Julgo que controlámos o jogo, um jogo aberto em que as duas equipas quiseram ganhar. Fomos eficazes, levámos uma boa vantagem para o intervalo e na segunda parte o desafio era matar o jogo com o terceiro golo nos primeiros 15 minutos. Conseguimos, foi uma vitória justa e temos de pensar no próximo jogo”, atirou Nélson Veríssimo.

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Quanto ao facto de o Benfica estar agora mais próximo do segundo lugar, o técnico encarnado não quis dar especial relevância ao encurtar da distância. “A mensagem é que temos uma equipa que diariamente trabalha para chegar aos jogos e dar uma resposta. Sabemos a responsabilidade do clube, o que exige. O objetivo era ganhar o jogo em função da nossa exigência e das exigências do clube. Sabíamos que, ganhando, iríamos encurtar o espaço para o segundo classificado. O objetivo foi conseguido mas diariamente trabalhamos para reduzir essa distância, é esse o foco, é essa a mentalidade”, terminou.