O Partido Comunista Português (PCP) condenou esta quarta-feira a “inaceitável limitação da atividade sindical” no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, depois de mulheres dirigentes sindicais terem sido impedidas de entrar nas duas maternidades da cidade esta terça-feira.

“É inaceitável o caminho que o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra tem vindo a traçar no sentido do impedimento do exercício de direitos, liberdades e garantias, tentando impedir a atividade sindical. Esta situação constitui um grave ataque aos direitos dos trabalhadores e à atividade sindical“, apontou em comunicado.

O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro (STFPSC) acusou terça-feira o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) de ter impedido mulheres dirigentes sindicais de terem entrado nas duas maternidades de Coimbra.

Sindicato diz que mulheres dirigentes foram impedidas de entrar em maternidades de Coimbra

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De acordo com o STFPSC, algumas mulheres dirigentes sindicais foram “proibidas de exercer atividade sindical nas instalações das Maternidades Dr. Daniel de Matos e Bissaya Barreto, tendo sido vedada a sua entrada nestes locais de trabalho”, na manhã de terça-feira.

“As visitas foram comunicadas, atempadamente e nos termos da lei, ao Conselho de Administração do CHUC. Ao chegarem às referidas maternidades as mulheres, dirigentes sindicais em causa, foram informadas pelos seguranças das portarias de que não tinham autorização para entrarem nas instalações, não tendo sido dada qualquer justificação”, acrescentou.

À agência Lusa, a diretora do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia, Reprodução e Neonatologia (DGORN) do CHUC, Teresa Almeida Santos, rejeitou que as dirigentes sindicais tenham sido impedidas de realizar a atividade sindical, cuja intenção de realização desconheciam, “mas apenas de circular no interior dos edifícios“, seguindo “as diversas orientações e normas da DGS”.

“Foi oferecido um espaço resguardado das intempéries, no exterior dos edifícios para contacto com os trabalhadores, no sentido de procederem à entrega de folhetos, situação que foi recusada tendo sido colocada uma ‘banca publicitária’ no exterior, junto à entrada principal. Com as limitações de acesso às instalações hospitalares e de contactos, conforme as diversas orientações e normas da DGS, não seria exequível a permissão de circulação dentro dos edifícios”, sustentou.

Para o PCP, “esta resposta é inaceitável e demonstra um imenso desrespeito pelos trabalhadores, pelos sindicatos e pela ação em causa, assinalando o Dia Internacional da Mulher”.

“O PCP relembra que a epidemia tem vindo a ser utilizada como pretexto para limitações inaceitáveis, cujo objetivo é apenas colocar constrangimentos à organização dos trabalhadores e à reivindicação dos seus direitos”, evidenciou.

No comunicado, pode ainda ler-se que os comunistas pretendem questionar o Governo sobre este episódio, prometendo bater-se “intransigentemente pela defesa dos direitos, liberdades e garantias, em defesa dos trabalhadores e dos seus direitos”.