Pedro Rodrigues está a ponderar entrar na corrida à sucessão de Rui Rio. O antigo líder da JSD está em processo de reflexão, vai fazendo contas aos apoios que pode vir a ter e, se tomar essa decisão, quer apresentar-se como alternativa aos que querem manter o partido na mesma.

O social-democrata deverá aproveitar o Conselho Nacional desta segunda-feira, em Ovar, para deixar um primeiro sinal de que está disponível para encabeçar essa candidatura. Pedro Rodrigues entende que pode vir a liderar o espaço que não se revê em Luís Montenegro e agregar todos os que querem um rumo diferente para o partido.

O deputado do PSD é há muito um crítico de Rui Rio, tendo rompido com o ainda líder social-democrata ainda no início da legislatura anterior. Nas últimas diretas do partido, esteve ao lado de Paulo Rangel e no último congresso protagonizou uma candidatura (derrotada) à Mesa do Congresso, numa lista alternativa à da direção encabeçada por Paulo Mota Pinto.

Depois do resultado das legislativas, Pedro Rodrigues tem defendido a realização de um congresso de reflexão a ter lugar antes da eleição do próximo líder social-democrata. O tema foi por levado por Cristóvão Norte ao último Conselho Nacional do partido, teve a bênção de Miguel Pinto Luz e de Pedro Rodrigues, mas acabou por ser chumbada pela larga maioria dos conselheiros nacionais.

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A sua inclusão na lista de putativos candidatos à liderança do PSD é mais um esforço de um setor do partido que quer travar o passeio no parque de Luís Montenegro. Em teoria, o antigo líder parlamentar é aquele que reúne melhores condições para suceder a Rui Rio e tem a máquina pronta para avançar assim que a data das eleições fique formalmente marcada.

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Nos bastidores do partido, procuram-se alternativas reais a Montenegro. Carlos Moedas é o desejado por todos, mas o presidente da Câmara Municipal de Lisboa continua reticente em abraçar o desafio. Miguel Poiares Maduro tem sido apontado com insistência à liderança do partido, mas tem feito saber a quem o procura que dificilmente se vê em condições de encabeçar uma candidatura.

Jorge Moreira da Silva continua a alimentar o tabu e parece agora mais focado nas funções que desempenha na OCDE. Miguel Pinto Luz tem dado sinais de que está arredado da disputa, tal como Paulo Rangel, embora este último não tenha tomado ainda qualquer decisão definitiva. Ribau Esteves estará com vontade de avançar, mas terá dificuldades em fazer sombra a Montenegro.

Esta segunda-feira, os conselheiros nacionais do partido reúnem-se em Ovar e é de esperar que, a partir do momento em que fique fixada a data das próximas eleições diretas, todos os candidatos a candidatos digam finalmente ao que vão.

O sucessor de Rui Rio vai ser escolhido a 28 de maio — pelo menos, é essa a data que a direção vai propor esta noite aos conselheiros do partido. Na eventualidade de ser impossível escolher o novo presidente do PSD à primeira volta, a segunda ida a votos vai acontecer a 4 de junho. O congresso que vai entronizar o próximo líder do partido acontece entre 1 e 3 de julho.

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