O salto logo a abrir do cubano Lázaro Martínez a 17,64, naquele que foi o melhor registo mundial do ano (e com boa margem), acabou por ser um duro golpe para toda a concorrência na final do triplo salto. Para todos menos para um, Pedro Pablo Pichardo. E o facto de ter conseguido a melhor marca em pista coberta para quebrar o recorde nacional de Nelson Évora logo a abrir, num 17,42 melhorado logo a seguir para 17,46, abria pelo menos a perspetiva de luta até ao final pelo ouro que acabou por ser traída por uma lesão no pé.

Depois dos ouros, a prata: Pichardo bate recorde nacional e sagra-se vice-campeão mundial de Pista Coberta

“Deu para reparar, tive uma pequena dor no quarto ensaio e o pé está a doer-me um pouco. Falei com o treinador, que me disse para ficar, mas tentei correr e não conseguia”, admitiu no final da prova o campeão olímpico e europeu em Pista Coberta em título à agência Lusa. “Não vinha aqui para bater o recorde nacional, vinha para levar a medalha de ouro para o país. Agora resta continuar a trabalhar e esperar que o verão corra melhor”, acrescentou, lamentando o problema sofrido durante a prova.

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A lesão de Pichardo ficou bem percetível no quarto ensaio, onde o luso-cubano esteve mais tempo para tentar focar-se, não conseguiu o ritmo certo de corrida, acabou por cair de pé a 14,94 e saiu da caixa a olhar para o pai e treinador apontando para o pé esquerdo enquanto se descalçava. Mais tarde, depois de ter abdicado da quinta tentativa, foi também possível ver que o atleta já tinha o pé lesionado bem ligado.

“Não estava previsto vir ao Mundial por ainda estar em pré-época para a temporada de verão onde sou bem melhor por causa da pista. Há última hora decidimos vir aqui e agradeço ao vice-presidente [Fernando Tavares] que me deu a oportunidade de vir aos Mundiais de Pista Coberta, porque no início não estava nos meus planos. Mudámos de ideias e acabámos por vir. Agora é recuperar o pé e trabalhar para o verão”, referiu o agora vice-campeã mundial, repetindo a prata conseguida em 2014, em Sopot, ainda por Cuba, curiosamente também com um cubano, nessa altura Ernesto Revé, a ganhar a competição desse ano.

Pedro Pablo Pichardo conseguiu não só o primeiro pódio de Portugal nestes Mundiais de Pista Coberta (14.º em todo o histórico da competição) como a terceira medalha pela Seleção em grandes provas num ano, depois das medalhas de ouro nos Europeus de Pista Coberta em Torun e nos Jogos Olímpicos de Tóquio.