A ministra da Agricultura avançou esta segunda-feira que a Comissão Europeia se comprometeu com 500 milhões de euros para distribuir pelos Estados-membros da União Europeia (UE) para garantir segurança do abastecimento alimentar, cabendo nove milhões a Portugal.

“Aquilo que estivemos hoje a discutir foram as respostas com que já podemos contar para ajudar os nossos agricultores a terem condições para garantir a segurança do abastecimento alimentar e o que a Comissão apresentou — e que vai tornar público através de uma comunicação na quarta-feira — são um conjunto de medidas, como utilização da reserva de crise, que permitirá distribuir cerca de 500 milhões de euros pelos Estados-membros”, divulgou Maria do Céu Antunes.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, à margem de um Conselho de Agricultura e Pescas, com os ministros europeus da tutela, a governante explicou que está prevista a alocação a cada país “de acordo com os pagamentos diretos e a percentagem” destinada a cada um.

“Para Portugal, distribuirá cerca de nove milhões de euros, pelas nossas contas”, estimou Maria do Céu Antunes.

Entre outras medidas incluídas no pacote da Comissão Europeia está a derrogação para usar terras em pousio para pastoreio e para produção de proteínas vegetais, a flexibilização das regras europeias para ajudas estatais, o armazenamento privado da carne de porco e adiantamentos em maio de metade dos pagamentos diretos para avançar com 500 milhões de euros para os agricultores portugueses, como já anunciando em Portugal.

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“Estas medidas vão ajudar os agricultores portugueses e europeus a terem condições para manterem o abastecimento regular a todos os cidadãos, mas para Portugal e outros Estados-membros não chega e precisamos de ter outras medidas“, referiu Maria do Céu Antunes, defendendo aquisições comuns na UE para compras de matérias-primas como fertilizantes.

“A UE está convocada para disponibilizar todo o apoio para […] termos as melhores soluções de mercado e para podermos alimentar os europeus e o mundo inteiro e, neste momento, não temos problemas de abastecimento nem prevemos ter problemas de abastecimento alimentar“, adiantou a governante.

A posição surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia devido à invasão russa, tensões geopolíticas que estão a afetar cadeias de abastecimento, causando receios de rutura de stocks e de crise alimentar.