História, histórico, para a história: com a vitória frente ao V. Guimarães, o FC Porto chegou aos 57 jogos consecutivos sem perder para a Primeira Liga, o melhor registo de sempre de uma equipa na competição. O conjunto de Sérgio Conceição superou assim um registo que já durava desde o final dos anos 70, entre 1977 e 1979, quando o Benfica de John Mortimore não sofreu derrotas ao longo de 56 partidas.

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A série histórica dura há cerca de ano e meio, desde outubro de 2020, quando o FC Porto perdeu com o P. Ferreira. De lá para cá, somam-se 46 vitórias, 11 empates, 131 golos marcados e 39 sofridos, com Mbemba a ser o jogador mais utilizado e Taremi a tornar-se recordista em jogos, golos e assistências. Com o resultado alcançado este domingo no Estádio D. Afonso Henriques, os dragões chegaram ainda à quarta jornada seguida sem sofrer golos, naquele que é já o melhor registo da época.

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Na flash interview, Sérgio Conceição comentou o registo histórico alcançado este domingo. “Se não conseguirmos títulos no fim da época, os adeptos não vão festejar o recorde do Sérgio Conceição nos Aliados. Querem é festejar títulos, como eu. Mas é óbvio que não sou uma pedra nem sou de gelo, sei perceber que são números muito interessantes. Mas é fruto do trabalho de muita gente, que nos permite ser a equipa que somos, muito competitiva e capaz. Conseguimos, graças a esse bom desempenho, sair do fairplay financeiro”, lembrou o treinador do FC Porto, que em seguida analisou a visita ao V. Guimarães.

“Fizemos jogo muito competente. Chegar aqui, a casa do Vitória, uma equipa bem organizada e competitiva, num ambiente sempre difícil, e criar três ou quatro ocasiões claras, tal como na segunda parte, diz bem daquilo que é a nossa preponderância ofensiva. O Vitória não teve grandes situações. Na parte final baixámos um bocadinho, podíamos ter ficado mais com bola. Temos gente experiente e que queria ter a bola, com segurança, mas a olhar para a baliza e fazer o segundo golo e tranquilizar mais. Foi uma boa exibição, muito competente das duas equipas, claramente com mais ocasiões nossas, mas tínhamos obrigação disso”, explicou.

“Na primeira parte entrámos bem, com o Fábio [Vieira] solto no meio dos nossos médios. Condicionava muito a saída do Vitória. Estávamos a controlar o jogo. A partir de certo momento, o Vitória quis explorar mais os laterais e começámos a recuar. Foi pior a emenda que o soneto. Mas os jogadores não tiveram culpa, porque a mensagem que se passa ao intervalo nem sempre é a melhor e hoje não fui tão assertivo. Somos sempre uma equipa consistente a defender e muito perigosa a atacar”, acrescentou o técnico dos dragões.

Por fim, Conceição ainda abordou as contas do título — numa altura em que o FC Porto continua com mais seis pontos do que o Sporting e existem ainda outros 15 por disputar. “Estou sempre alerta e muito desconfiado. Quando as equipas e as pessoas se distraem um pouco, acontecem alguns dissabores. Um treinador disse-me uma vez que no melhor pano cai a nódoa. Estamos muito focados e concentrados em fazer o melhor”, terminou.